Última alteração: 24-09-2018
Resumo
A cultura do trigo (Triticum aestivum L.), é uma das mais cultivadas no Sul do país. Dentre os fatores que afetam a sua produtividade, evidencia-se a incidência de plantas daninhas. O azevém (Lolium multiflorum L.) se destaca por ser uma das principais, e mais inconvenientes plantas invasoras no trigo, uma vez, que tem características morfológicas e fisiológicas similares ao mesmo. Para seu controle em pós emergência, utiliza-se herbicidas do grupo químico das sulfoniluréias e inibidores de ACCase, sendo que, dentro destes, destacam-se o pyroxsulam, iodosulfurom-metílico e o clodinafope-propargil. Contudo, as indicações do estádio da cultura, e momento correto da aplicação destes herbicidas, ainda apresentam uma lacuna, pois os agricultores tem dificuldade em identificar o período de maior tolerância do trigo a invasora, e a fase de maior sensibilidade do azevém aos herbicidas. O trabalho teve por objetivo avaliar a seletividade dos herbicidas pyroxsulam, iodosulfurom-metílico e o clodinafope-propargil, aplicados em dois estádios da cultura do trigo, para controle do azevém, identificando também, qual deles apresenta maior controle. Além disso, buscou-se avaliar possíveis fitotoxicidades ocasionadas pelos herbicidas na cultura. O trabalho foi conduzido na área experimental do IFRS – Campus Sertão, sendo utilizado o delineamento experimental blocos ao acaso (DBC), com quatro repetições. Os tratamentos foram os seguintes: Iodosulfurom-metílico 6g ha-1, Iodosulfurom-metílico 7,5g ha-1, Pyroxsulam 15,3 g ha-1, Pyroxsulam 18g ha-1, Clodinafope-propargil 60g ha-1, Clodinafope-propargil 72g ha-1. Estes tratamentos foram aplicados no início ou no final do afilhamento do trigo, sendo assim, o experimento foi composto por 12 tratamentos, arranjados em esquema fatorial 6 (doses de herbicidas) x 2 (épocas de aplicação), totalizando 48 parcelas. Os parâmetros analisados foram a fitotoxicidade, controle visual do azevém, aos 7, 14, 21, 28 dias após aplicação (DAP), utilizando escala percentual, em que 0 representa ausência de sintomas, e 100 a morte das plantas, e por último avaliou-se também o rendimento do trigo, em kg ha -1. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância, e as médias comparadas no teste de Tukey a 5% de significância. Como resultado, tanto o controle do azevém, quanto o rendimento de grãos, foram maiores na primeira época de aplicação dos herbicidas. Os tratamentos que obtiveram maior controle do azevém foram: Clodinafope-propargil 72g ha-1 (95.25% de controle), Clodinafope-propargil 60g ha-1 (92,5% de controle), Iodosulfurom-metílico 7,5g ha-1 (81,75% de controle) e Iodosulfurom-metílico 6g ha-1 (76,75% de controle). Quanto ao rendimento, não houve diferença estatística entre os tratamentos, sendo que também entre eles, a fitotoxicidade não ultrapassou os 4%. Os resultados desse trabalho podem contribuir na tomada de decisão do agricultor, no que se refere a melhor época de aplicação e o melhor herbicida a ser utilizado no cultivo do trigo para controle do azevém, assegurando o potencial produtivo da cultura.