A liana Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem) é uma espécie nativa da região sul do Brasil. Seus tubérculos são consumidos na forma de conserva, a qual é apreciada na culinária regional por descendentes europeus. A espécie foi listada como uma das plantas com potencial para uso econômico pelo estudo “Plantas para o Futuro - Região Sul”. No Rio Grande do Sul a espécie é cultivada em pequena escala por agricultores nas regiões da Serra e do Alto Uruguai, para autoconsumo e/ou para comercialização em âmbito municipal. No entanto, a extração in situ dos tubérculos e a perda do hábitat da espécie ocasionaram sua inclusão na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, na categoria menos preocupante. A caracterização morfológica é a primeira etapa para a implantação de um banco de germoplasma. Este tem como finalidade reunir em uma local parte da variedade genética de uma espécie, de modo a evitar a perda (erosão genética) ou a combinação de genes. Bancos de germoplasma são de fundamental importância para melhoristas de plantas, pesquisadores e outros usuários que fazem uso de recursos genéticos vegetais. O presente estudo teve como objetivo avaliar quatro descritores morfológicos vegetativos de T. pentaphyllum. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão. Para a caracterização morfológica foram utilizadas 145 plantas de T. pentaphyllum. Estas plantas foram mantidas em vasos, contendo como substrato uma mistura de turfa e composto orgânico. Os caracteres morfológicos vegetativos avaliados foram: cor dos folíolos, cor do caule, forma dos folíolos e emissão de ramos laterais. A descrição dos caracteres morfológicos do sistema caulinar aéreo ocorreu após a brotação dos tubérculos e a emissão do sistema caulinar. Os dados obtidos foram avaliados por meio de estatística descritiva (porcentagem). Dentre as 145 plantas avaliadas, 90 apresentaram folíolos com coloração verde-clara (62,1%) e 55 apresentaram folíolos com coloração verde-escura (37,9%). A coloração dos folíolos não apresentou variação ao longo do desenvolvimento e duração das folhas. Em relação a cor do caule, 94 plantas apresentaram caules com coloração verde-escura (64,8%) e 51 caules com coloração verde-clara (35,2%). Quanto à forma dos folíolos, não houve variação durante o ciclo da planta, sendo que 101 plantas apresentaram folíolos largos (69,7%) e 44 apresentaram folíolos estreitos (30,3%). A emissão de ramos laterais foi observada em 122 plantas (84,1%), enquanto 23 não apresentaram ramificação (15,9%). Este caractere pode apresentar variações ao longo da duração do ciclo. A espécie T. pentaphyllum apresenta variabilidade morfológica para alguns de seus caracteres vegetativos. A cor dos folíolos e suas formas constituem em bons caracteres morfológicos, pois não apresentaram variações durante o cultivo. Desse modo, é imprescindível a implantação de um banco de germoplasma para esta espécie, visando à conservação da diversidade genética existente.