A educação é um mecanismo de perpetuação ou transformação cultural e de disseminação de valores, práticas, hábitos, modos de vida. A escola, enquanto instituição social, foi erigida sob as bases da sociedade moderna e eurocêntrica, marcada pelo etnocentrismo, pelo racismo, pelo classicismo, pelo capacitismo, pela heteronormatividade e pelo patriarcalismo. Tal perspectiva explica a dificuldade de permanência de pessoas não brancas, não heterossexuais, não cisgêneras e que possuem alguma diversidade funcional. Abordamos neste resumo a proposta para realização de Eventos de Sensibilização, na intenção de atingir a totalidade da comunidade escolar, ampliando a conscientização sobre inclusão, reconhecimento e respeito à diversidade de gênero e de etnia. A iniciativa é resultado da articulação entre coordenadores e integrantes do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade (NEPGS). A importância de se pensar e promover eventos que aproximem a comunidade das temáticas relativas à diversidade, por dentro do Projeto de Monitoria Acadêmica e Eventos de Sensibilização: Inclusão e Diversidade no IFRS, se justifica na necessidade de contribuir para a permanência de pessoas que se sentem, de alguma forma, excluídas da vida escolar e acadêmica do Câmpus. É necessário aproximar as perspectivas de "normal" e "diferente", fazendo com que conversem entre si, aproximando quem segrega e quem é segregado. O principal objetivo da parte de eventos do projeto é promover atividades de sensibilização da comunidade acadêmica, para a diversidade de gênero e étnica no Câmpus Sertão e na sociedade, contribuindo para o combate aos preconceitos. Para o desenvolvimento das atividades utilizar-se-á dos seguintes procedimentos metodológicos: rodas de conversa, leituras, exposições, confecções de materiais, filmes, observações e relatos dos processos interventivos, pesquisas bibliográficas, entre outras dinâmicas que possam auxiliar no desenvolvimento do projeto. O processo de aprendizagem baseia-se numa perspectiva formativa, investigativa e interventiva, buscando articular discussões/debates numa proposta metodológica de ensino que permita o desenvolvimento das habilidades de observação, reflexão, produção de relatos, análise e interpretação da intervenção desenvolvida no projeto. Os temas são decididos juntamente com as (os) estudantes, através de encontro semanal. Dentre os conceitos a serem trabalhados, destacam-se: gênero, identidade de gênero, expressão de gênero, sexo biológico, orientação sexual, preconceito, Direitos Humanos, patriarcado, misoginia, homossexualidade, bissexualidade, heterossexualidade, travestilidade, transgeneridade, homofobia, transfobia, respeito à diversidade étnica e racial, entre outros. O resultado das ações é a integração do público-alvo, que faça com que se empoderem e se apropriem dos espaços do Câmpus, contribuindo para o seu melhor rendimento e enriquecendo sua formação. A construção de um ambiente inclusivo e diverso é indispensável para a concretização da educação democrática. É com essa missão que o projeto proposto pretende contribuir para um ambiente mais aberto e solícito à diversidade.