Última alteração: 17-10-2024
Resumo
O arbusto Rubus erythroclados é uma planta alimentícia não convencional, endêmica do Brasil, com ocorrência nas regiões Sul e Sudeste. Seus frutos têm sabor agradável e a espécie apresenta potencial fitoterápico. Este estudo objetivou conhecer a biologia reprodutiva de R. erythroclados. Para isso, foram avaliados: fenofases reprodutivas; antese e longevidade floral, biometria e biologia floral; volume e concentração de néctar (8, 12 e 18 horas por dois dias); disponibilidade de pólen; desenvolvimento do fruto e frutificação; sistemas de polinização (livre, agamospermia, autopolinização espontânea, geitonogamia, xenogamia e anemofilia); e visitantes florais, das 17 às 19 horas por cinco dias. A floração foi observada desde a última semana de setembro até última semana de outubro. Frutos verdes foram observados desde a primeira semana de outubro até a terceira semana de novembro. Frutos maduros foram observados a partir da última semana de outubro até a última semana de novembro. A longevidade floral média foi de 2,9 ± 0,7. As pétalas duraram de um a três dias e as sépalas foram persistentes até a maturação dos frutos. A maior parte das flores (83,3%) apresentou: cinco pétalas, com comprimento médio de 6,0 ± 1,2 mm e largura média de 3,9 ± 0,7; e cinco sépalas, com comprimento médio de 4,4 ± 0,7 mm e largura média de 3,0 ± 0,6. Em média, foram observados 47,5 ± 6,6 estames, com comprimento médio de 2,5 ± 0,5 mm, e 49,1 ± 7,3 pistilos, com comprimento médio de 1,3 ± 0,4 mm. A disponibilidade de pólen nas flores variou de um a três dias. A produção média diária de néctar foi de 2,2 µl e a concentração média foi de 16,1%. Foram registrados seis visitantes florais, pertencentes à família Apidae, sendo a abelha Plebeia sp. a principal polinizadora (50,9% das visitas). Em relação ao sistema reprodutivo, a formação de frutos foi de 100% na polinização livre e autopolinização, 60% na xenogamia e 52% na geitonogamia. Não ocorreu formação de frutos na agamospermia e anemofilia. Em média, a maturação dos frutos ocorreu em 32,0 ± 2,4 dias. A ausência de fenofases no inverno indicou dormência da espécie nesse período. A fenologia encontrada foi similar às espécies de amora-preta. O comportamento dos visitantes florais indicou que estes poderiam promover autogamia, geitonogamia (autocompatível) ou xenogamia. Os resultados indicaram que R. erythroclados não possui a capacidade de formar frutos na ausência de pólen e que apresenta melitofilia.