Tamanho da fonte:
Avaliação da germinação de sementes, em diferentes tratamentos de escarificação, e desenvolvimento inicial das plantas de Passiflora elegans Mast. (Passifloraceae)
Última alteração: 16-10-2024
Resumo
A liana Passiflora elegans Mast. (maracujá-de-estalo) é nativa do Brasil e possui potencial alimentar, medicinal e ornamental, porém a germinação das sementes é difícil, devido à dureza do tegumento. Este estudo objetivou avaliar a germinação de sementes de P. elegans, em diferentes tratamentos de escarificação, e caracterizar o desenvolvimento inicial das plantas por um ano. A germinação foi conduzida em delineamento inteiramente casualizado, em bandejas de poliestireno, utilizando 2 substratos (areia e vermiculita) X 4 tratamentos de embebição de sementes: 1) Controle (água destilada); 2) H₂SO₄ (80%); 3) KNO₃ (0,1%); e 4) GA₃ (500 mg. L⁻¹). Cada tratamento continha quatro repetições com 50 sementes cada, totalizando 1.600 sementes. Após a emergência, as plântulas foram transplantadas para vasos plásticos, contendo composto orgânico. Bandejas e vasos foram mantidos em casa de vegetação (25ºC; irrigação diária) e monitorados semanalmente por 12 meses. Foram avaliados: altura total da planta e diâmetro do caule, com auxílio de paquímetro digital e fita métrica; e número de folhas. Os dados de porcentagem de germinação foram submetidos à análise de variância e ao teste Tukey de separação de médias (α = 0,05). O desenvolvimento das plantas foi avaliado por estatísticas descritivas (média ± intervalo de confiança) e correlações de Pearson (P < 0,05) entre as variáveis analisadas. A maior porcentagem de germinação ocorreu no tratamento KNO₃ e vermiculita (32%), seguido por KNO₃ e areia (26%), H₂SO₄ e vermiculita (22,5%), e GA₃ e vermiculita (20,5%). Os tratamentos com H₂SO₄ e areia (13,5%), controle e areia (13,0%) e controle e vermiculita (16,5%) mostraram germinação intermediária. A menor germinação foi registrada com GA₃ e areia (6,0%). Após 12 meses, a altura média das plantas foi de 1.043,53 ± 68,10 mm, variando de 230 a 2.670 mm; e o diâmetro médio do caule foi de 4,36 ± 0,18 mm, variando de 1,86 a 7,80 mm. O número de folhas por planta variou de 20 a 137, com média de 77 ± 3,32. Correlações significativas foram observadas entre: altura e diâmetro do caule (r = 0,86); altura e número de folhas (r = 0,92); e diâmetro e número de folhas (r = 0,88). Os resultados indicaram que KNO₃ e vermiculita são eficientes na germinação de P. elegans, sendo superiores a outros estudos com essa espécie (11 e 28%). Assim, possivelmente, alguns tratamentos utilizados contribuíram para a quebra da dormência das sementes de P. elegans, sendo indicado KNO₃ e vermiculita.
Palavras-chave
Dormência de sementes; Espécie ameaçada; Maracujá-de-estalo.