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Avaliação da germinação de sementes, em diferentes tratamentos de escarificação, e desenvolvimento inicial das plantas de Passiflora elegans Mast. (Passifloraceae)
Talissa Baroni, Juliana Márcia Rogalski, Rafael Loreto Sinhor, Maísa Naeher, Angela Julia Dorn, Eduardo Bedin Pasquetti, Fabrício Fiebig De Paz, Samara Assunção Antunes

Última alteração: 16-10-2024

Resumo


A liana Passiflora elegans Mast. (maracujá-de-estalo) é nativa do Brasil e possui potencial alimentar, medicinal e ornamental, porém a germinação das sementes é difícil, devido à dureza do tegumento. Este estudo objetivou avaliar a germinação de sementes de P. elegans, em diferentes tratamentos de escarificação, e caracterizar o desenvolvimento inicial das plantas por um ano. A germinação foi conduzida em delineamento inteiramente casualizado, em bandejas de poliestireno, utilizando 2 substratos (areia e vermiculita) X 4 tratamentos de embebição de sementes: 1) Controle (água destilada); 2) H₂SO₄ (80%); 3) KNO₃ (0,1%); e 4) GA₃ (500 mg. L⁻¹). Cada tratamento continha quatro repetições com 50 sementes cada, totalizando 1.600 sementes. Após a emergência, as plântulas foram transplantadas para vasos plásticos, contendo composto orgânico. Bandejas e vasos foram mantidos em casa de vegetação (25ºC; irrigação diária) e monitorados semanalmente por 12 meses. Foram avaliados: altura total da planta e diâmetro do caule, com auxílio de paquímetro digital e fita métrica; e número de folhas. Os dados de porcentagem de germinação foram submetidos à análise de variância e ao teste Tukey de separação de médias (α = 0,05). O desenvolvimento das plantas foi avaliado por estatísticas descritivas (média ± intervalo de confiança) e correlações de Pearson (P < 0,05) entre as variáveis analisadas. A maior porcentagem de germinação ocorreu no tratamento KNO₃ e vermiculita (32%), seguido por KNO₃ e areia (26%), H₂SO₄ e vermiculita (22,5%), e GA₃ e vermiculita (20,5%). Os tratamentos com H₂SO₄ e areia (13,5%), controle e areia (13,0%) e controle e vermiculita (16,5%) mostraram germinação intermediária. A menor germinação foi registrada com GA₃ e areia (6,0%). Após 12 meses, a altura média das plantas foi de 1.043,53 ± 68,10 mm, variando de 230 a 2.670 mm; e o diâmetro médio do caule foi de 4,36 ± 0,18 mm, variando de 1,86 a 7,80 mm. O número de folhas por planta variou de 20 a 137, com média de 77 ± 3,32. Correlações significativas foram observadas entre: altura e diâmetro do caule (r = 0,86); altura e número de folhas (r = 0,92); e diâmetro e número de folhas (r = 0,88). Os resultados indicaram que KNO₃ e vermiculita são eficientes na germinação de P. elegans, sendo superiores a outros estudos com essa espécie (11 e 28%). Assim, possivelmente, alguns tratamentos utilizados contribuíram para a quebra da dormência das sementes de P. elegans, sendo indicado KNO₃ e vermiculita.

Palavras-chave


Dormência de sementes; Espécie ameaçada; Maracujá-de-estalo.