Última alteração: 09-10-2023
Resumo
A geófita Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem), é uma planta alimentícia não convencional e encontra-se ameaçada de extinção. O objetivo deste estudo foi compreender a biologia reprodutiva de T. pentaphyllum. Foram avaliados: atividade e intensidade das fenofases (brotação de tubérculos, botões florais, flores, frutos e senescência do sistema caulinar aéreo); longevidade floral; volume e concentração de néctar; sistemas reprodutivos (polinização livre, autopolinização espontânea e manual, agamospermia, geitonogamia e alogamia); visitantes florais; e germinação das sementes, em experimento trifatorial 2 (controle e GA3) x 2 (luz e escuro) x 3 (areia, turfa e vermiculita). Após a senescência do sistema caulinar aéreo, foi registrada a formação de tubérculos. Dos tubérculos plantados (n = 130), 86,9% brotaram (n = 113). Das plantas obtidas, 52 emitiram botões florais (46%), 48 emitiram flores (42,5%) e 4,4% apresentaram frutos maduros (n = 5). A reprodução sexuada foi comprometida pela precoce senescência do sistema caulinar aéreo, em indivíduos que apresentavam botões florais, flores e frutos em desenvolvimento. A duração dos indivíduos, desde a brotação dos tubérculos até a senescência do sistema caulinar aéreo, foi de 17,5 ± 4,7 semanas. A duração da flor variou entre 12 e 17 dias, com média de 13,6 ± 1,4 dias. A espécie apresentou protandria, a duração da fase estaminada foi de 2 a 12 dias, com média de 6,7 ± 2,3 dias, e da fase pistilada de 3 a 9 dias, com média de 6,1 ± 2,3 dias. O volume de néctar produzido por flor variou de 1,9 a 5,4 µL, com média de 3,2 ± 1,2 µL, e a concentração média de açúcares foi de 24,5%, variando de 18 a 28,6%. Em relação ao sistema reprodutivo, agasmorpermia e autopolinização espontânea não apresentaram frutificação, indicando a necessidade de polinizador. A frutificação foi de: 24,3% em polinização aberta; 8,6% em alogamia; 5,7% em geitonogamia; e 4,3% em autofecundação manual. A espécie apresentou polinização mista e duas espécies de beija-flor (Leucochloris albicollis Vieillot e Chlorostilbon lucidus Shaw) foram consideradas as principais polinizadoras. As sementes mantidas em câmara de germinação (BOD) tiveram maior germinação no tratamento GA3, escuro e areia (90%). Sementes mantidas em casa de vegetação tiveram maior germinação no tratamento GA3, escuro e turfa (82,3%). Controle, claro e vermiculita apresentou maior porcentagem de formação de tubérculos (100% das plantas). Os resultados mostram um avanço no conhecimento da biologia reprodutiva de T. pentaphyllum, podendo contribuir para sua conservação e cultivo.