O azevém é a principal planta daninha da cultura do trigo, a qual contribui para a perda de produtividade devido à competição exercida por recursos do ambiente. Atualmente, o azevém apresenta resistência ao herbicida glyphosate e aos inibidores da enzima ALS em praticamente toda região sul do Brasil. Nesse sentido, o uso de herbicidas inibidores de ACCase é a principal alternativa química no controle desta planta daninha. O surgimento de biótipos resistentes ocorre em maior frequência em áreas onde há o uso repetido de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação. Diante disso, o objetivo desse projeto é identificar biótipos de azevém resistentes aos herbicidas inibidores de ACCase. O projeto foi implantado em estufa climatizada, através do delineamento experimental completamente casualizado, com quatro repetições. Foram avaliados a fitotoxicidade dos biótipos aos 7, 14, 21, 28 e 35 DAA e massa seca coletada aos 40 DAA. Os biótipos 111 e 135 quando testados para o herbicida clethodim não se adaptaram a regressão usada para o cálculo de C50 e ficaram fora da análise estatística, isso ocorreu, pois, os herbicidas tiveram total controle sobre as plantas nas doses mais baixas utilizadas, caracterizando-os como suscetíveis. Dos biótipos estudados nenhum apresentou resistência ao herbicida clethodim, tendo controle de 80% da população com doses abaixo ou igual a dose recomendada. Para o herbicida haloxyfop. Foram identificados três biótipos com possível resistência ao herbicida haloxyfop, sendo os biótipos 22, 138 e 139, que possuem fator de resistência (FR) de 89, 19 e 36, respectivamente, tornando inviável o controle dos mesmos com esse herbicida. Os biótipos 111 e 135 são suscetíveis ao herbicida haloxyfop. É necessário verificar a herdabilidade dessa resistência para a planta se caracterizar como um caso de resistência a herbicidas. No local de coleta deve-se adotar, desde já, medidas que impeçam a disseminação dessa resistência para outras áreas, e estudar controles alternativos viáveis para as plantas resistentes.