Última alteração: 04-10-2019
Resumo
A cevadilha (Bromus catharticus) é uma planta daninha frequente nas culturas de inverno na região sul do país. Nas últimas safras de inverno surgiram relatos sobre a dificuldade de o herbicida glyphosate controlar a cevadilha. O objetivo deste estudo foi confirmar a resistência de Bromus catharticus ao herbicida glyphosate. O experimento foi realizado em casa-de-vegetação no IFRS – Campus Sertão, em delineamento experimental inteiramente casualizado com arranjo bifatorial, sendo o primeiro fator seis biótipos de cevadilha e o segundo fator oito doses de glyphosate (0, 135, 270, 540, 1080, 2160, 4320 e 8640 g e.a há-1). A variável avaliada foi fitotoxicidade, em escala de 0 a 100, considerando zero, ausência de dano, e 100, a morte da planta. As avaliações foram realizadas aos 21, 28, 35 e 55 dias após aplicação (DAA). A análise da variância mostrou diferença entre os biótipos, doses do herbicida glyphosate e interação “biótipos x doses”. Os dados de fitoxicidade se ajustaram ao modelo logístico de três parâmetros. Os valores de R2 ficaram próximos do valor um, e a significância dos ajustes (p-value) foi de 0,0001 ou menor. Após a avaliação dos 35 DAA, as plantas dos biótipos suspeitos de resistência que não foram totalmente controladas pelas doses de até 1080 g e.a ha-1 começaram a rebrotar. Conclui-se que os biótipos 80, 84 e 85 são o primeiro relato de cevadilha resistente ao herbicida glyphosate no mundo com fatores de resistência (FR) de 4,7; 2,7 e 1,5, respectivamente, devendo ser tomadas medidas de manejo adequado que evitem a dispersão destes biótipos.