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IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO DE TREPADEIRAS ENDÊMICAS DA MATA ATLÂNTICA: UM ESTUDO DE CASO EM SAPINDACEAE - RESULTADOS PARCIAIS
Oscar de Souza Santos, Maria Cláudia Melo Pacheco de Medeiros

Última alteração: 04-10-2019

Resumo


O Bioma Mata Atlântica é composto por um conjunto de tipologias vegetais que abrange formações florestais diversas, tendo como um importante elemento de sua composição e estrutura, as plantas trepadeiras. Frente às iminentes mudanças climáticas globais, a Biologia faz a sua contribuição, ao perguntar quais as consequências dessas sobre a biota e ao se preocupar com os efeitos sobre a distribuição e características dos biomas. As técnicas de modelagem de distribuição potencial possibilitam estimar a atual distribuição de uma espécie e predizer áreas que possuem características ambientais iguais ou semelhantes, de modo a prever a resposta dos organismos diante de novos cenários ambientais. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é predizer a distribuição potencial atual e futura de trepadeiras da família Sapindaceae de ocorrência restrita à região sul do Bioma Mata Atlântica, contribuindo para o conhecimento dos possíveis impactos de mudanças climáticas na distribuição do táxon de estudo e nas formações vegetais atlânticas, como um todo. A espécie selecionada para a realização deste trabalho é Paullinia cristata Radlk, representada por trepadeiras semilenhosas. No domínio fitogeográfico da Mata Atlântica, esse táxon ocorre principalmente nas tipologias vegetais de Florestas Ombrófilas e Restinga. A partir de consulta à literatura científica especializada disponível e a herbários e outras coleções científicas indexadas em plataformas digitais, foram compilados dados de ocorrência da espécie estudada, os quais foram checados utilizando o programa QGIS. Para a elaboração do modelo de distribuição atual do táxon, foram utilizadas 19 variáveis bioclimáticas, extraídas do banco de dados Worldclim, com resolução espacial de cerca de 1 km, e o algoritmo de Máxima Entropia, implementado no programa Maxent. Um total de 76 registros de ocorrência de P. cristata foram encontrados e georreferenciados, resultando em 38 localidades geográficas distintas, todas situadas na faixa litorânea entre os estados do Paraná e de Santa Catarina. O modelo de distribuição potencial atual obtido para a espécie confirma essa região e suas proximidades como a área de maior probabilidade de ocorrência do táxon. A variável climática que mais contribuiu para a construção do modelo de distribuição atual foi a amplitude térmica anual (bio7). Dando continuidade ao desenvolvimento do trabalho, serão estimados os modelos de distribuição potencial da espécie para dois cenários climáticos futuros disponíveis, 2050 e 2070. Em seguida, os modelos de distribuição atual e as projeções futuras serão comparados quantitativamente, de modo a verificar os impactos das modificações climáticas no alcance geográfico do táxon estudado.


Palavras-chave


Biogeografia; Modelagem de distribuição; Paullinia

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