Última alteração: 24-11-2016
Resumo
No Brasil mais de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência (visual, auditiva, motora e mental ou intelectual), o que corresponde a 23,9% da população total. Porém, existem poucos espaços destinados ou planejados para essas pessoas. Este estudo objetivou a criação de jardins sensoriais em duas instituições: Associação de Pais e Amigos dos Surdos (APAS), em Passo fundo; e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em Sertão. Os jardins foram confeccionados a partir de materiais reciclados, como pneus e garrafas pet (vasos), paletes (suporte para vasos, bancos), caixas de leite (casinhas de passarinhos), madeira e tijolos. O jardim foi confeccionado a uma altura pré-determinada, considerando a passagem tanto de cadeirantes como de deficientes visuais. Este recurso garante o livre acesso a todos que queiram tocar ou cuidar das espécies com facilidade. Além disso, o jardim foi dividido em setores propiciando o desenvolvimento dos sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) não afetados pela deficiência do usuário. Foram selecionadas plantas com diferentes cores, texturas, aromas (ervas e flores), materiais de diferentes texturas e espessuras (areia, argila expandida, pedras, bambu, cascas de árvores e grama), diferentes sons (fonte d’água e canto de pássaros). Durante a visita as pessoas seguiram um roteiro passando por estações que enfatizavam cada sentido. Esse tipo de exposição possui maior apelo a interatividade por ser mais divertido e descontraído, estimulando os visitantes a interagirem mais com o jardim. Além disso, o jardim sensorial difere dos jardins comuns em sua proposta, pois deixa de ser apenas uma área de lazer para se tornar uma ferramenta de inclusão social de pessoas com diferentes necessidades especiais.