Última alteração: 20-09-2016
Resumo
A erva mate (Ilex paraguariensis) é uma planta nativa do sul da América do Sul e popularmente utilizada como bebida em infusão, sob a forma de “chimarrão” ou “Tererê”, e muito consumida na região do Alto Uruguai e demais regiões do sul do Brasil, bem como, países vizinhos. Cabe salientar, que a erva mate tem importante papel econômico e social na região do Alto Uruguai, já que há muitas plantações e indústrias envolvidas na produção de erva mate para consumo. Devido ao hábito do consumo diário do chimarrão pelos gaúchos, o estudo da composição da erva mate e seus compostos é importante, pois já foram encontrados metais pesado como cádmio, chumbo e alúminio em sua composição. Estudos realizados em outras partes do país indicaram níveis de chumbo acentuados em diferentes marcas comerciais de erva mate, o objetivo do presente estudo foi avaliar os teores de chumbo em erva mate de produção artesanal, à partir do extrato aquoso obtido em diferentes temperaturas de 65, 75, 85 e 100 oC por 10 minutos para decorrente análise através da espectrometria de massa com fonte de plasma induzido, espectrômetro de emissão ICPE-9800 da Shimadzu. Para posterior avaliação toxicológica crônica do chumbo no modelo experimental Caenorhabditis elegans, utilizando as cepas do tipo Selvagem N2, e cepas transgênicas CL2122 e GMC101, que desenvolvem a proteína Beta-amiloide 1-42, característica da Doença de Alzheimer, quando expostos à temperatura de 25oC. Os resultados obtidos para concentrações de chumbo da erva-mate artesanal em diferentes temperaturas foram: 65 oC - 0,93 mg/L; 75 oC – 0,93 mg/L; 85 oC – 0,37 mg/L; 100 oC – 0,97 mg/L. A presença de altas concentrações do chumbo é bastante preocupante, visto que a erva mate é muito consumida e a exposição crônica do ser humano ao chumbo pode levar a queda na fertilidade, catarata, e a exposição aguda pode causar desordens neurológicas imediatas. Cabe salientar que para adultos a IDA (ingestão diária aceitável) estabelecida é de 750 μg Pb/dia. O presente estudo toxicológico vai continuar no modelo experimental C. elegans.