O aumento no uso de fármacos de origem lipídica, como o estrogênio (17-alfa-etinilestradiol), por humanos e animais e combinados com um sistema de tratamento de efluentes pouco eficaz, pode vir a influenciar a fauna aquática. O 17-alfa-etinilestradiol é um hormônio sintético que não é completamente metabolizado pelo organismo e nas águas residuais é convertido em xenoestrogênios, que causam alterações morfológicas e comportamentais em animais aquáticos. Para tal impacto se fazem necessárias as avaliaçõe das atividades enzimáticas da acetilcolinesterase, ectonucleotidase e 5’-ectonucleotidase como parâmetros toxicológicos para analisar o status do sistema nervoso colinérgico e purinérgico. Outro parâmetro a ser avaliado é a análise comportamental de larvas de Zebrafish. Para realização dos experimêntos serão utilizados peixes Zebrafish (Danio rerio), adultos do tipo selvagem de aproximadamente 5 à 7 meses de vida. Serão mantidos em tanques de 50L de água com pH=7,0 e oxigenação de 6,28mg/L com temperatura próxima aos 28°C e com foto período coerente ao natural (14h claro 10h escuro), além disso a amônia será mantida inferior aos 0,01mg/L. Os experimentos já foram aprovados pela CEUA da Instituição. Após a eutanásia haverá a dissecação do cérebro dos peixes e posterior congelamento em nitrogênio líquido para as análises enzimáticas. Os peixes serão separados em 5 grupos (aquário de 10L), um destinado ao controle e outros quatro para as diferentes doses encontradas nas águas residuais que foram de 0,5 ng/L, 1,5 ng/L, 5 ng/L, 50 ng/L e 75 ng/L. O período de exposição aguda será de 1 hora enquanto da crônica será de 15 dias. As determinações de proteína serão realizadas através do método de Bradford (1976). Já a avaliação enzimática será realizada obtendo-se um “Pool” de 5 cérebros como descrito por Barnes e colaboradores (1993), Rico (2003) e Singer (2004). Os cérebros serão homogeneizados em gelo e tampão biológico e as análises enzimáticas serão determinadas por método espectrofotométrico. A pesquisa encontra-se em estágios iniciais com recebimento e manutenção dos peixes. Com o presente estudo espera-se determinar a toxicidade do estrogênio sintético em concentrações ambientais, e assim avaliar as alterações comportamentais e neurológicas que podem contribuir para um desequilíbrio reprodutivo, aumentando a vulnerabilidade da espécie.