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Avaliação da toxicidade do cobre oriundo da aplicação de calda de bordalesa em frutas cítricas e uvas em Caenorhabditis elegans
Última alteração: 11-10-2017
Resumo
A busca por uma melhor qualidade de vida está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável de bens e serviços. Diante disso, o cultivo orgânico é de extrema importância para uma produção agrícola sustentável. Por isso há a necessidade do uso de fungicidas menos tóxicos, como a calda bordalesa, combinação de cal hidratada e sulfato de cobre. O cobre é um metal com fundamental papel biológico, porém em excesso gera impactos no metabolismo e desenvolvimento dos organismos. O nematoide Caenorhabditis elegans vem sendo muito usado como organismo modelo em avaliações toxicológicas, devido a apresentar vantagens e características, que são facilmente alteradas e identificadas quando expostas a toxicantes. Diante disso, o objetivo deste trabalho é avaliar a toxicidade do cobre sobre o sistema nervoso de Caenorhabditis elegans através de parâmetros bioquímicos e comportamentais. Assim, foram determinadas as seguintes doses de sulfato de cobre a partir dos níveis encontrados no suco de uva e laranja pelo método ICP: 0,05mg/L; 0,1mg/L; 0,3mg/L; 0,7mg/L e ainda o grupo controle. A avaliação da toxicidade foi feita através de análises crônica e aguda de parâmetros comportamentais, como batimento faríngeo e defecação, e da atividade da enzima acetilcolinesterase. Pode-se observar resultados significativos na exposição aguda na concentração 0,05 mg/L onde houve redução de 12% no batimento faríngeo em relação ao controle. Na exposição crônica houve redução de 32% no batimento faríngeo na concentração 0,7 mg/L comparada ao controle. O ciclo de defecação em exposição aguda foi aumentado na dose 0,1 e 0,3 mg/L 22% e 23%, respectivamente, em relação ao controle diferentemente da exposição crônica onde o ciclo de defecação foi reduzido 22% na dose 0,3 mg/L quando comparadas ao grupo controle. Na análise da atividade da enzima acetilcolinesterase pode-se observar na exposição aguda um aumento significativo da atividade da enzima de 46% na dose 0,05 mg/L, 114% na dose 0,1mg/L e 76% na dose 0,7mg/L em relação ao controle. Nos organismos expostos cronicamente às doses de chumbo observou-se uma redução da atividade da enzima de 54% na dose de 0,05 mg/L e um aumento de 157% e 85% nas doses de 0,3 e 0,7 mg/L comparadas ao controle, respectivamente. Com isso pode-se concluir que as concentrações de cobre presentes no suco das frutas que recebem calda bordalesa como fungicida, alteram o sistema nervoso colinérgico e promove alterações comportamentais, seja por exposição aguda ou crônica.
Palavras-chave
C. elegans; comportamento; acetilcolinesterase; calda bordalesa.
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