O ensino de Física aplicado na maioria das escolas brasileiras é normalmente percebido pelos estudantes como sendo uma matéria desinteressante e muitas vezes de difícil compreensão. Os conteúdos da cinemática são apresentados usando fórmulas matemáticas, sem a preocupação de contextualização à realidade dos estudantes. Esse é um modelo onde o aluno passivamente apenas recebe os conteúdos. Visando que o estudante se transforme no protagonista de seu aprendizado várias metodologias têm sido propostas. No caso deste trabalho optou-se por usar a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), que visa aproximar os conteúdos da realidade dos alunos e oferece autonomia na construção do conhecimento aplicado em sala de aula. A aplicação da Robótica Educacional (RE) vem sendo debatida como um instrumento relevante para o ensino de conteúdos escolares em sala de aula. Nesse contexto, esse trabalho tem como foco analisar como a ABP em conjunto com a RE têm potencial para auxiliar no ensino do conteúdo de física cinemática, no caso do Movimento Retilíneo Uniforme (MRU). Para tanto, o trabalho utilizou-se de pesquisa bibliográfica para a apropriação dos conceitos vinculados ao trabalho. Além disso utilizou-se de pesquisa exploratória para identificar todas as potencialidades das teorias relacionadas. Por fim, iniciou-se o desenvolvimento de um estudo de caso com estudantes de escolas públicas do 9º do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio, utilizando-se ABP e RE. Em oficinas realizadas no MIGRALab, laboratório do IFRS Campus Porto Alegre, foi desenvolvido um carrinho robótico com a plataforma Arduino, que se comunica via bluetooth com um aplicativo de celular, e permite demonstrar alguns conceitos do MRU. Esse primeiro protótipo já está concluído e foi testado nas oficinas. Atualmente, está sendo desenvolvida uma nova versão que tem como objetivo realizar o deslocamento do carrinho usando os pontos de um gráfico. Hoje, os pontos estão definidos no código, mas pretende-se ajustar o aplicativo para que eles sejam informados dinamicamente, fazendo o carrinho se mover conforme o deslocamento apresentado no gráfico que deu origem aos pontos. Os estudantes conseguiram se apropriar rapidamente dos conceitos e têm demonstrado interesse nas diversas aplicabilidades, por eles identificadas, para o carrinho. Pode-se afirmar que, usar ABP com a RE têm potencial para tornar a aprendizagem contextualizada à realidade e propiciar a participação ativa do estudante. A próxima etapa do projeto consiste em analisar como esse carrinho pode ser aplicado em sala de aula e quais novos robôs podem ser produzidos com os alunos.