As praias são um dos principais destinos de lazer dos moradores, tanto das cidades litorâneas quanto de diversas outras. Nesse contexto, a qualidade do ecossistema da região costeira vem se tornando cada vez mais importante por questões ambientais e de saúde pública. Até o momento, existem parâmetros de controle e qualidade para as condições de banho, em conformidade com as especificações da resolução do CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, que definem os critérios para a classificação de águas destinadas à recreação de contato primário. No entanto, não há uma preocupação com a qualidade da areia das praias. Dessa forma as areias se tornam também uma grande fonte de contágio de microrganismos. Este projeto tem como objetivo avaliar a qualidade sanitáriadas areias de cinco praias da região costeira do litoral gaúcho: Cidreira, Tramandaí, Imbé, Atlântida Sul e Capão da Canoa. Primeiramente, foi realizada a busca por informações sobre as medidas de controle sanitário. Em uma segunda etapa, foram realizadas visitas às prefeituras para verificar quais são as medidas relativas àqualidade ambiental das praias que são adotadas. Na sequência foram definidos os pontos de coleta das amostras de areia, das praias de Atlântida Sul e Cidreira, e a realização de análise de coliformes totais, fecais e termotolerantes. Como resultados, foi verificado que as medidas de controle sanitário das praias selecionadas são realizadas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), geralmente no período de novembro a fevereiro. No entanto, não existe controlequanto à qualidade sanitária das areias. Através das prefeituras, foi constatado que em média, apenas 45,9% do esgoto das praias é tratado e que uma parcela do restante é desprezada diretamente no mar. Além dessa contaminação, verificou-se junto às Secretarias de Saúde,que alguns animais como cães, gatos e pássaros, bem como o acúmulo de lixo, também são responsáveis pela contaminação da areia por bactérias, fungos everminoses. As primeiras análises já mostraram que as areias estão contaminadas com coliformes fecais, totais e bactérias heterotróficas, sendo os resultados todos acima de 1000UFC/g de areia. Este projeto apresenta extrema relevância, não apenas para o estado do Rio Grande do Sul, mas para todo o território nacional tendo em vista que não há uma regulamentação para determinação da qualidade das areias da beira mar.