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Efeito do tratamento de oxidação térmica em instrumentais cirúrgicos de aço inox frente à corrosão em ambiente autoclavado
Última alteração: 14-12-2018
Resumo
A vida microbiana presente nos materiais utilizados como instrumentais para tratamento de enfermidades é indesejável, sendo requerida a esterilização destes. Entre os principais equipamentos utilizados com este fim, se tem a autoclave, a qual promove a termocoagulação e desnaturação das proteínas a partir de um mecanismo que combina temperatura, pressão e umidade. Entretanto, alguns problemas podem ocorrer nos instrumentais, geralmente produzidos em aço inoxidável, quando submetidos ao processo de autoclavagem, no decorrer de múltiplos reprocessamentos. São exemplos: a formação de manchas, corrosão, ferrugem e a perda do filme passivo. Desta forma, este estudo busca investigar o aumento da resistência à degradação durante a autoclavagem, através do tratamento superficial denominado oxidação térmica. Este tratamento foi analisado em uma investigação anterior, e se mostrou eficiente no aumento da resistência à corrosão do aço inoxidável em meio ácido. Assim sendo, este estudo visa verificar se este tratamento também será benéfico para situações de esterilização em autoclave. Para a análise, utilizou-se amostras de aço inoxidável 18Cr14Ni2,5Mo, as quais foram submetidas à oxidação térmica sob diferentes combinações de tempo e temperatura em um forno mufla com atmosfera oxidante. As combinações analisadas foram 300 e 400°C, nos intervalos de tempo de 30 e 60 minutos. Posteriormente ao tratamento térmico, as amostras foram testadas frente a um ciclo de esterilização em autoclave vertical, sob temperatura de 127°C e a 1,5 kgf/cm² de pressão. No microscópio estereoscópico, analisou-se a superfície das amostras submetidas aos sucessivos processos de autoclavagem. Observou-se que a amostra padrão, sem tratamento superficial, apresentou maior número de pites de corrosão em relação às amostras tratadas por oxidação térmica. No entanto, o aspecto visual, quanto à formação de manchas, foi agravado nos tratamentos realizados a 400°C por 30 e 60 minutos. Concluiu-se que a utilização do tratamento superficial denominado oxidação térmica é benéfica no aumento da resistência à degradação no processo de esterilização em autoclave quando realizado na combinação de 300°C e 60 minutos. Este consiste em um tratamento simples, com possibilidade de aplicação em instrumentos utilizado em tratamentos de saúde, tais como na ortopedia, odontologia, ginecologia e oftalmologia.
Palavras-chave
Esterilização; Autoclave; Oxidação térmica; Aumento da resistência à deterioração
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