Este projeto caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa situada no campo teórico da discussão histórica e da memória e pretende resgatar protagonismos de mulheres na constituição do bairro Restinga. Ao tomar como recorte mulheres relevantes para a história da Restinga, a pesquisa visa assinalar e analisar algumas singularidades e as principais características sócio histórico culturais presentes nas trajetórias das mulheres que formaram a comunidade e de algumas instituições sociais que acolhem as mulheres na Restinga. As problematizações oriundas da pesquisa são tratadas sob a perspectiva teórica feminista e sob a perspectiva dos estudos da memória, haja vista a necessidade de problematizar o espaço social, político, profissional e cultural destinado as mulheres moradoras da Restinga. Essas duas vertentes conceituais constituem-se no principal eixo teórico metodológico escolhido para nortear o desenvolvimento deste estudo. A principal referência empírica são fontes documentais sobre a constituição do bairro e a influência das mulheres. Além desses documentos, o suporte empírico desta pesquisa é constituído pelo mapeamento de rede de mulheres e instituições que são referências para a comunidade no combate a violência e na busca pela equidade de gênero. Essa diversidade de fontes, aliada com a bibliografia sobre os processos mnemônicos das mulheres e sobre os projetos de cunho feminista, é fundamental para construir uma espécie de mapeamento sócio histórico cultural sobre a participação das mulheres na constituição do bairro, assim como auxiliar na implantação de um Centro de Memória das Mulheres da Restinga. Como resultado parcial é possível afirmar, a partir de um levantamento bibliográfico de produções acadêmicas, que a constituição do bairro encontra-se vinculada a presença de mulheres na execução de ações importantes para a consolidação da Restinga e de suas instituições.  Acreditamos que o incentivo à formação de um Centro de Memória sobre a influência das mulheres na consolidação das ações político comunitárias da Restinga e por consequência do “jeito de ser” dessas mulheres é fundamental para as próprias moradoras perpetuarem as evocações de suas histórias de resistências e de insurgências feministas.