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Ações afirmativas com imigrantes haitianos e africanos em Erechim
Última alteração: 28-02-2019
Resumo
Este trabalho é oriundo de um projeto de extensão fomentado pelas Ações Afirmativas da Reitoria, na qual as ações visam acolher e educar, especialmente haitianos e africanos que residem no município de Erechim. Segundo os imigrantes, em seus países carecem de ofertas de saúde e de qualidade de vida, recorrendo a emigração. Preocupados com a situação atual destes estrangeiros, uma vez que levantamentos informais apontam que cerca de 60% destes estão sem trabalho formal, com isso, o projeto objetivou identificar o perfil dos estrangeiros na região de Erechim, por meio de diálogos e análises de currículos; auxiliar-lhos em aspectos básicos de língua portuguesa; proporcionar momentos de trocas culturais com a comunidade acadêmica do IFRS; ofertar conhecimento básico em informática e na área de costura básica, visando futuras ofertas do mercado local e fortalecer a imagem do IFRS como uma entidade tecnológica, voltada também para assuntos sociais. O projeto está sendo realizado de maio a novembro de 2018 e para alcançar tais objetivos, organizou-se uma apresentação aos estrangeiros, a fim de informar-lhes as ações que seriam disponibilizadas na sequência. Na reunião, fizeram-se presentes oito entidades parceiras, sendo elas de caráter educacional, filantrópico e político, e discentes do IFRS – Campus Erechim, a fim de construir um intercâmbio sociocultural. Como primeira ação, realizou-se o curso básico de informática e concomitantemente disponibilizou-se auxílio a língua portuguesa e atividades lúdicas para as crianças dos estrangeiros. Como maior ponto de dificuldade, pode-se enfatizar o problema de comunicação, onde para auxiliar neste aspecto, iniciou-se no mês de setembro com as aulas de francês que estão sendo lecionadas por haitianos aos sábados de manhã, e ministradas no Campus Erechim IFRS. Já o curso de costura básica iniciou-se na primeira semana de outubro visando ofertas de emprego que surgiram na região. Pelo projeto possuir um aspecto social, reporta-se uma realidade muitas vezes esquecida com o descaso social. Infelizmente ainda nota-se presente nas narrativas um racismo velado com tons de ironias e “brincadeiras”, tais comentários misóginos revelam que a xenofobia e o racismo ainda não foram vencidos. No entanto, tais ações abrem novos caminhos para os estrangeiros, tanto para o mercado de trabalho, quanto a voltarem a estudar. Como reconhecimento, o projeto foi agraciado com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, advindo do Ministério dos Direitos Humanos e foi destaque na VIII Mostra Científica Campus Restinga e VII Jornada de ensino, pesquisa e extensão do Campus Erechim.
Palavras-chave
Imigrantes; Educação; Ação social.
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