O Projeto ocorre anualmente, desde 2014, para difundir as diferentes possibilidades da cultura, da arte e da cerâmica. A cerâmica estrutural é predominante no Vale do Caí, entretanto, o segmento da área pode abrir espaços e colocar em visibilidade aspectos desse campo que apresenta outras possibilidades de criação e produção cultural. Neste contexto, o projeto visa proporcionar aos estudantes um encontro com a cerâmica artística, viabilizando a realização teórico-prática do processo cerâmico, o qual envolve a modelagem, secagem, acabamentos e queima alternativa no próprio espaço da escola, baseado em métodos alternativos e acessíveis aos alunos e professores. A abordagem no currículo escolar, referente à inclusão das relações étnico-raciais africana e indígena, que têm expressiva produção cerâmica, abrange conteúdos da história e da arte, especialmente no que refere-se a implementação da Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. Deste modo, o projeto tem por objetivo dar visibilidade a cerâmica artística, contextualizando abordagens curriculares da educação para as relações étnico-raciais, por meio de ações que proporcionem experiências no campo da cerâmica, no próprio espaço das escolas, ampliando o conhecimento sobre a formação do povo brasileiro com o legado intercultural que o constitui. A metodologia da proposição estético-pedagógica se desenvolve nas oficinas de modelagem e queima em fornos alternativos, palestras, exposições e eventos, especialmente, no espaço das escolas e no IFRS - Campus Feliz, com a participação de estudantes bolsistas. As oficinas de cerâmica são realizadas em dois módulos, no primeiro, acontece a modelagem, com o processo técnico em pequenos formatos, contextualizando a cultura africana ou guarani, pela demanda das escolas. No segundo módulo, é realizada a oficina de queima das cerâmicas produzidas, são construídos fornos alternativos com os participantes, usando material combustível orgânico, como resíduo de madeira e carvão. Ao atender as demandas da comunidade, o projeto atinge seu objetivo, divulgando a cerâmica no contexto da cultura indígena e afro-brasileira, desmistificando preconceitos que limitam esta abordagem. A receptividade e o entusiasmo dos participantes reverberam e potencializam o projeto. O Projeto está em andamento, até novembro, e vem realizando oficinas de modelagem e queima nas escolas da região e, no próprio campus. A cultura cerâmica e sua potencialidade educativa oportuniza uma experiência singular e sensível aos participantes, contribuindo para o reconhecimento da responsabilidade social e da interculturalidade que constitui o povo brasileiro.