Última alteração: 28-02-2019
Resumo
A Região do Campos de Cima da Serra possui uma grande biodiversidade, formando ecótonos campo-floresta através da transição da Floresta Ombrófila Mista com os Campos Sulinos do Planalto Sul-brasileiro. Nas últimas décadas, a paisagem da região foi alterada pela extração de madeira, plantio de espécies exóticas, pecuária, produção de grãos e fruticultura, o que ocasionou a degradação do solo e a devastação de grande parte da vegetação nativa. O município de Vacaria é destaque na mudança da paisagem natural na Região dos Campos de Cima da Serra pela remoção dessa vegetação. Os agricultores familiares, através dos sistemas agrícolas tradicionais, visam garantir a subsistência de suas famílias e, por consequência, geram impactos ambientais, diminuindo a biodiversidade, que afeta os recursos hídricos, a estrutura dos solos, além de gerar a extinção de espécies. Existem poucos projetos eficazes e viáveis aos agricultores para a recuperação do meio ambiente e a conectividade da paisagem dessa região. Diante disso, este projeto de extensão tem o objetivo de oferecer alternativas viáveis aos agricultores familiares para a restauração de áreas degradadas e aumentar a conectividade da paisagem. O projeto será desenvolvido em 5 propriedades de agricultores no município de Vacaria, onde serão testadas duas técnicas nucleadoras: transposição de sementes e ilhas de alta diversidade. O local de coleta das sementes apresenta cerca de 138 hectares de Floresta Ombrófila Mista com avançado estágio de sucessão. Neste local foram instalados 25 coletores de sementes (75 cm x 75 cm) com distância de 10 e 15 m entre eles. As sementes serão mensalmente coletadas e transferidas para cada propriedade. O plantio das mudas, em ilhas de alta diversidade, será em grupo de 5 espécies no formato de cruz. A espécie central será a Araucaria angustifolia e as laterais serão espécies frutíferas nativas (Eugenia pyriformis – uvaia; Eugenia uniflora – pitangueira; Campomanesia xanthocarpa – guabirobeira; Psidium cattleianum – araçá; Mimosa scabrella - bracatinga). Em cada propriedade serão plantados 8 núcleos, totalizando 40 núcleos e 200 mudas. Os resultados deste projeto visam auxiliar os agricultores familiares na preservação ambiental, bem como oferecer alternativas de geração de emprego e renda através da exploração de sistemas na produção de frutas nativas.