Última alteração: 09-01-2019
Resumo
O projeto de ensino Educação para o feminismo no Campus Restinga oportuniza, através de diferentes ações teóricas e práticas, discussões sobre feminismos para os alunos e as alunas do Campus Restinga IFRS. O projeto pretende colaborar na aprendizagem e formação de alunas e alunos do Campus Restinga para a compreensão de conceitos que envolvem o feminismo e, consequentemente, combatem o machismo institucional. As discussões sobre feminismos encontram-se pautadas para uma educação vinculada as temáticas do respeito às diferenças, nesse caso, educar contra o machismo e a lgbtfobia, assim como são propostas que contemplam a discussão sobre os direitos humanos na atualidade e são elaboradas em conjunto com as discussões da disciplina de Educação Física, das atividades propostas pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero e Sexualidade (NEPGS) e do Programa de extensão Feminismo na Restinga: a insurgência de mulheres na periferia. A fundamentação teórica desse projeto está baseada nos estudos de gênero e no referencial teórico feminista. Como proposta metodológica são discutidos temas de interesse da população envolvida, estudos de conceitos e avaliação das atividades temáticas. São oferecidas oficinas, cursos, debates temáticos, exibição de filmes (A máscara em que você vive, Eu Resisto, Sou Trans e [R]Existo, Sou 60, Pretxs), rodas de conversas com as temáticas: saúde das mulheres, construção sociocultural do feminino e do masculino, violência contra as mulheres e seus tipos, estereótipos de gênero no esporte, estereótipos de raça etnia das mulheres e homens, diferenças e desigualdades nas profissões técnicas, entre outros temas. A periodicidade das atividades ocorre mensalmente e conta eventualmente com convidados e convidadas externas ao Campus para o debate proposto nas atividades. Conclui-se que as Instituições de Ensino (IES) possuem a finalidade máxima de fomentar iniciativas que discutam e reflitam a importância de contestar os padrões e as normas impostas por um grupo político de controle da vida da população. Surge assim a necessidade que os corpos "fora dos padrões" ditem suas regras, se reconheçam, se empoderem e participem de forma efetiva dos processos democráticos que fundam a sociedade brasileira e que constituem a escola pública e seus processos educacionais. Para, através disso, a inserção da comunidade acadêmica a partir do fomento de ações internas educativas extrapolem as conquistas do espaço escolar e lutem pelos temas emergentes da atualidade, como por exemplo a redução do número expressivo de mortes de mulheres (feminicídio) no Brasil.