Rádio Travessia: a rádio flutuante é um projeto de comunicação popular desenvolvido em resposta às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024. Um dos maiores desastres climáticos do Brasil, deixando milhares de desabrigados e grandes perdas humanas e materiais. Um problema crítico agravado durante a tragédia foi a disseminação de fake news, que dificultou as ações de resposta e mitigação dos danos causados. Diante disso, a Rádio surgiu como uma iniciativa para combater a desinformação, promovendo uma comunicação clara e acessível para a população. O projeto é relevante tanto pelo impacto social quanto pelo seu caráter educativo, atuando diretamente na conscientização sobre saúde, meio ambiente e políticas públicas em tempos de calamidade. Com objetivo central de ser um canal de comunicação confiável que informe e eduque a população sobre temas críticos relacionados às enchentes, como prevenção de doenças, gestão ambiental e políticas públicas. Visa integrar estudantes e profissionais de saúde e comunicação, oferecendo uma plataforma educativa que contribua para a formação de cidadãos críticos e conscientes, com uma metodologia participativa, envolvendo os participantes que residem ou possuem alguma relação com as regiões afetadas pelas enchentes. Os episódios são distribuídos em formato de podcast, divulgados em plataformas digitais, com uma versão adaptada para a comunidade surda, garantindo a acessibilidade das informações. A metodologia, pautada na participação coletiva, permite que o conteúdo seja ajustado continuamente de acordo com as necessidades e demandas da população​. Até o momento foram produzidos quatro episódios que abordam temas fundamentais para o entendimento e enfrentamento das enchentes. O primeiro trouxe uma entrevista com um infectologista da UFSM, discutindo os riscos à saúde pública, como doenças transmitidas pela água contaminada, e estratégias de prevenção. Os episódios subsequentes incluíram uma análise geológica do desastre , o terceiro um relato de um morador de um bairro periférico de Alvorada, que há anos sofre com alagamentos e o quarto que aborda a situação das ilhas do Arquipélago de Porto Alegre. O projeto tem se mostrado uma importante ferramenta de memória, registrando as experiências vividas durante o desastre e documentando o impacto das enchentes para estudos futuros.​ Se consolidando como uma iniciativa fundamental no enfrentamento de desastres naturais, ao oferecer informações precisas e acessíveis que ajudam a combater a desinformação. Contribui para a formação de uma consciência crítica na população sobre os impactos das mudanças climáticas e as responsabilidades políticas e sociais envolvidas. A rádio também demonstra como iniciativas de comunicação popular podem atuar como ferramentas de transformação social, promovendo a cidadania ativa e o engajamento comunitário em momentos de crise. A longo prazo poderá servir como um exemplo de boas práticas na gestão de desastres e comunicação pública, e deixar um legado educativo para futuras gerações.