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CULTURA E LINGUAGEM: A EXPERIÊNCIA DE ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL PARA ESTRANGEIROS
Mariana Luisa Schaeffer Brilhante, Viviane Campanhola Bortoluzzi

Última alteração: 18-02-2025

Resumo


Este trabalho tem como objetivo apresentar a experiência de uma estudante do curso de Licenciatura em Letras – Português e Espanhol – atuando como professora-tutora no curso de Português como Língua Adicional (PLA) em Rede, durante um módulo e meio. O curso foi oferecido em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e teve como público-alvo estrangeiros, migrantes e refugiados que estão no Brasil. O primeiro módulo consiste em 18 aulas, com acesso liberado semanalmente, e foram disponibilizadas 50 vagas. O objetivo do português como língua adicional é integrar os alunos nos contextos culturais, sociais e identitários da língua, utilizando suas habilidades para introduzir conteúdos gramaticais, lexicais e linguísticos de forma contextualizada (NICOLAIDES, 2003; NICOLAIDES; BRAGA; VARGAS, 2021). Os estudantes vêm de países como Haiti, Uruguai, Venezuela, Cuba e Colômbia, e as aprendizagens desse ambiente diversificado promoveram intercâmbios e enriquecimento cultural. Para isso, foi adotada a perspectiva do letramento crítico, que se refere à habilidade de analisar e questionar as práticas de leitura e escrita em contextos sociais e culturais. O letramento crítico não se limita à decodificação de textos, mas envolve a capacidade de entender e transformar realidades por meio da linguagem. Ele é descrito como “uma coalizão de interesses educacionais comprometidos com o engajamento das possibilidades que as tecnologias da escrita oferecem para a mudança social, diversidade cultural, igualdade econômica e emancipação política” (LUKE; FREEBODY, 1997, p. 1). Nesse curso, essa abordagem visa capacitar os alunos a se tornarem pensadores críticos, capazes de refletir sobre sua própria realidade e as dinâmicas culturais que os cercam. Entre as principais dificuldades enfrentadas durante o processo, destacam-se a falta de familiaridade com o Ambiente Virtual de Aprendizagem, as barreiras linguísticas e culturais decorrentes das diversas nacionalidades dos alunos e a duração total do curso. Apesar disso, essas dificuldades eram esperadas desde o início do módulo I, o que permitiu lidar com as situações à medida que surgiam. Como conclusão, é possível afirmar que o curso atendeu às expectativas de uma parte dos alunos, pois mais da metade participou até o final e um terço concluiu com sucesso. Além disso, contribuiu para o desenvolvimento de um letramento crítico entre os estudantes, permitindo que eles se engajassem de maneira mais profunda com a língua e os contextos que a envolvem.



Palavras-chave


Português como língua adicional; Letramento crítico; Migrantes

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