A dança é considerada o “primo pobre” dos conteúdos da Educação Física escolar (EF). Tal máxima foi confirmada a partir de um exercício diagnóstico realizado nas primeiras aulas desse componente curricular no início do ano letivo, no IFRS Campus Osório.  Identificou-se, em síntese, que a dança não foi desenvolvida na maior parte dos currículos, alijando os alunos de significativa experiência oriunda dessa prática corporal. Esse fato justificou a criação de uma oficina de dança no interior do laboratório de práticas corporais: projeto de ensino relacionado à Educação Física, que abriga diversas oficinas. Dessa forma, a referida oficina de dança foi criada com o objetivo de oferecer aos estudantes do Ensino Médio Integrado, espaço e tempo institucionalizado para que possam aprender, experienciar, e se expressar criativamente, sem exclusão, a partir da dança. Metodologicamente a oficina ocorre semanalmente e é ministrada por alunas voluntárias sob supervisão pedagógica do professor de EF. Sua abordagem está alicerçada nas diretrizes da Política de Educação Física, Esporte e Lazer do IFRS, prioritariamente no que se refere ao princípio educativo-formativo. Por esse viés, o corpo não é tratado como objeto, logo, ele não é ajustado a reproduzir uma coreografia definida, mas sim, motivado a explorar movimentos que façam sentido para si mesmo, conforme sua subjetividade. Aposta-se, assim, no ensino da dança na escola como uma linguagem corporal com caráter transformador e não reprodutor.Nesse sentido, os resultados parciais evidenciam distintas intencionalidades com a prática da dança noespaço da oficina, tais como: lugar de liberdade de movimento e do próprio corpo; lugar de acolhimento, de alegria e de socialização na instituição; prática da dança como espaço de ensinar e aprender sobre o corpo, entre outros. Conclui-se que as experiências propiciadas pela oficina de dança são únicas e qualitativas, pois ao respeitar distintas intencionalidades oportunizam distintos saberes que fogem ao controle instrumental. A dança na escola, como forma de significação sociocultural, cumpre, então, papel transformador, de criação/recriação do homem e de seu mundo.