A flora brasileira é a mais biodiversa do mundo, no entanto as pessoas têm a sua alimentação concentrada em um número muito reduzido de espécies vegetais. Há muitas plantas alimentícias disponíveis fora dos sistemas convencionais, mas poucas são as pessoas cujo saber contém o mínimo de conhecimento sobre a existência desse conjunto, dificultando o acesso ao alimento e a segurança alimentar. O projeto tem uma enorme afeição a respeito do conhecimento das plantas alimentícias não convencionais (PANC), muitas das quais outrora eram utilizadas na alimentação humana e hoje são consideradas "matos", "inços". As PANC são plantas melhor adaptadas ao ambiente em que se encontram inseridas, não causando a degradação das monoculturas adotadas nos agronegócios, contribuindo para a sustentabilidade e diversidade alimentar. Este trabalho visa expandir o terreno das PANC, dispersando informações seguras sobre elas e denotando a importância da diversificação da alimentação em oposição à monotonia alimentar. Também, almeja marcar a habilidade prática delas em resolver problemas de falta ou escassez de alimentos e contratempos ecológicos, o que é imensuravelmente importante hodiernamente. Foram reunidos e interpretados dados da literatura sobre PANC que ocorrem na nossa região, esses serão compartilhados, através de oficinas, com comunidades de quatro municípios via parceria com Emater. Nas oficinas serão trabalhadas informações, identificação e usos culinários dessas espécies, mediante a projeção de imagens, manuseio de plantas, distribuição de folders com receitas, experimentação culinária e criação de grupos de Whatsapp. A pesquisa deixa claro a pouca variedade de plantas que consumimos no dia a dia e como estamos desmerecendo nossa diversidade ao desprezar plantas tão ricas em nutrientes — muitas espécies até mais — quanto as ditas convencionais.  O trabalho conquista seus quereres hoje, no SEMEX, e em todas as vezes que somou a consciência do tema, contribuindo com uma fonte nutricional segura, biodiversa e mais sustentável.