Última alteração: 28-12-2024
Resumo
No Brasil as mulheres são maioria na Educação Superior, representando 55,4% das matrículas no Ensino Superior em cursos de graduação presenciais, e 54,8% das matrículas em cursos de graduação nas Universidades. Esse percentual sobe para 60% quando se observa o número de concluintes nos cursos de graduação presenciais conforme dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Embora as mulheres tenham alcançado direitos legais de acesso à educação com igualdade entre homens e mulheres, esses dados não se refletem nas carreiras científicas, e em determinadas áreas o número de mulheres é muito pequeno e pouco representativo. No Brasil as mulheres representam menos de 30% nas áreas STEM. Além disso, os indicadores de bolsas da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior), do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Secretaria de Política para as Mulheres, apontam que o número de mulheres na ciência diminui à medida que se avança na carreira científica, ou seja, em posições consideradas de maior prestígio e em altos postos acadêmicos. O objetivo desta pesquisa foi identificar como se distribuem os estudantes nos cursos de Ensino Médio Integrado do IFRS Campus Osório em relação às áreas dos cursos e ao perfil de gênero, para verificar se existe alguma semelhança com os dados gerais observados no Ensino Superior brasileiro. A metodologia utilizada foi o levantamento de dados quantitativos de matrículas nos cursos de EMI no campus Osório, e também dados do censo da Educação Superior. A análise dos dados de ingressos e formandos, dos dois cursos de ensino médio integrado ofertados na instituição, mostra uma clara disparidade de gênero: no curso de Administração a predominância é de meninas, com uma proporção aproximada de duas meninas a cada menino, e no curso de Informática essa proporção se inverte. Esse fato provavelmente indica que as meninas já tomam decisões ou são direcionadas para determinadas áreas antes mesmo de ingressarem no ensino médio. Portanto, é possível que essa aproximação ou repulsa com determinadas áreas do conhecimento começa a se desenhar quando as meninas ainda estão cursando o ensino fundamental. É necessário, por essa razão, refletir sobre o papel da escola na relação das meninas com a ciência e buscar informações sobre as barreiras que dificultam a aproximação, ou mesmo repelem as meninas das áreas exatas como a Matemática, para compreender esse problema e promover a igualdade de oportunidades e a equidade de gênero.