O projeto de extensão desenvolvido pelo COLECAS (Coletivo de Estudos da Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade), em parceria com o coletivo "Solidariedade Pelotas" e outros núcleos do IFRS Campus Rio Grande, foi uma resposta direta à tragédia climática que atingiu o estado do Rio Grande do Sul nos meses de maio e junho de 2024. Com chuvas intensas que causaram enchentes e deslizamentos de terra, inúmeras famílias, especialmente das cidades de Rio Grande e Pelotas, tiveram suas casas invadidas pelas águas das cheias da Laguna dos Patos, agravando a situação de vulnerabilidade das populações de baixa renda. O principal objetivo do projeto foi criar um guia prático para auxiliar essas comunidades na recuperação de suas residências, com ênfase nos cuidados necessários para uma reocupação segura após enchentes. O método de trabalho incluiu a produção de uma mini-cartilha em formato de folder, tanto impresso quanto digital, além de postagens no Instagram. As orientações foram baseadas na experiência de arquitetos e em pesquisas em cartilhas já existentes, como as produzidas pela FURG, Governo do Estado do RS e Ministério da Saúde. O conteúdo abordou temas essenciais, como vacinação, uso de equipamentos de proteção individual (EPI), cuidados com eletricidade, presença de animais peçonhentos, materiais de limpeza adequados, segurança em trabalhos em telhados e na estrutura da casa, além de telefones úteis para emergência. Os folders impressos foram distribuídos em comunidades afetadas de Rio Grande e Pelotas, enquanto a versão digital circulou via redes sociais, ampliando o alcance do projeto. As limitações enfrentadas incluíram o curto prazo para a produção e distribuição do material, mas o impacto foi significativo, promovendo conscientização e segurança. Como recomendação, sugere-se a produção de material complementar para futuras situações de enchentes, antecipando-se a eventos climáticos extremos que possam ocorrer novamente na região. A relevância do trabalho reside em sua contribuição prática e direta para a recuperação de comunidades vulneráveis, reforçando a importância da arquitetura e do planejamento urbano em contextos de crise climática.