Última alteração: 10-03-2025
Resumo
Segundo o Relatório Mundial sobre Deficiência (2024) , cerca de 15% da população vive com algum tipo de deficiência, no Brasil cerca 8,9% da população apresenta alguma deficiência (IBGE, 2023). Dentre estas, pessoas com deficiências físicas severas, foram durante várias eras desconsideradas como capazes de qualquer prática corporal. Conforme a Lei Brasileira 13146/2015, da Inclusão da Pessoa com Deficiência, o Art 8º aponta que é dever do Estado assegurar educação, desporto e lazer às pessoas com deficiência. Dentre estas, pessoas com deficiências físicas severas, foram durante várias eras desconsideradas de qualquer prática corporal. A Bocha Paralímpica é um esporte praticado em mais de 50 países atualmente, que consiste em jogar as bolas coloridas, vermelhas e azuis, o mais perto possível da bola alvo, a bola branca. Todos os participantes da modalidade são acometidos pela tetraplegia, quando a paralisia afeta as quatro extremidades, em decorrência da paralisia cerebral, lesão medular, dentre outras causas. Joga-se individualmente, separado por gênero e classe, pares e equipes, com dois e três jogadores, em parciais de 4 a 7 minutos conforme a classe: BC1, BC2, BC3 e BC4, em que nas classes BC1 e BC2 são jogadas apenas por atletas acometidos pela paralisia cerebral, enquanto as classes BC3 e BC4 são acometidos por outras causas. No Instituto Federal Campus Caxias do Sul, criou-se a oferta de Bocha Paralímpica para estudantes e também para a comunidade externa. O objetivo desta ação do projeto Inclusão por meio da Cultura Corporal é difundir a bocha paralímpica, através dos estudos e treinos, assim como vivenciar o contexto de competições. A metodologia de estudos envolve treinos semanais em grupo e individualizados de duas horas e meia cada sessão, até três treinos semanais, os treinos têm o apoio de duas bolsistas, sendo uma voluntária, da coordenadora do projeto e técnica da modalidade, além de contar com o apoio das mães dos atletas que são os principais auxílio dos atletas, conforme a classe então chamados assistentes desportivos. A prescrição de treino é feita de forma individualizada. O projeto tem a ação “Viva + Inclusão”, em que foram organizados relatos de vivências de modalidades paralímpicas para mais de 330 alunos do Ensino Médio Técnico. Até o momento foram realizados 28 encontros, somando 84 horas, além disso, a participação no IX JIFRS, como modalidade de demonstração, trouxe maior visibilidade ao projeto e abriu novas possibilidades de extensão para outros Campus do IFRS. Conclui-se, até então, que a difusão da bocha pode impactar a vida das pessoas, como expresso neste depoimento: “Vocês não sabem como pessoas como vocês mudam a vida de pessoas como nós”. Além de que as mães dos atletas também relataram melhorias no desenvolvimento motor e na socialização de seus filhos.