As abelhas nativas representam seres fundamentais para a vida na Terra, pois, realizam a polinização de diferentes plantas, sendo essenciais para a manutenção dos ecossistemas naturais e da biodiversidade. Além disso, proporcionam benefícios econômicos através da polinização de culturas e da comercialização de enxames e mel. Porém, ameaças de extinção a esses animais crescem constantemente. O IFRS - Campus Rolante abrange uma extensa área de mata nativa e culturas, que configuram uma flora e fauna diversificadas, possibilitando ações que objetivam a preservação desses seres encontrados em nossa instituição. A pesquisa teve como propósitos determinar as espécies de abelhas nativas encontradas no Campus, com a finalidade de observar e estudar as suas particularidades, permitindo identificar os melhores métodos de captura, manejo e multiplicação. Também objetivou a realização de um levantamento da flora meliponícola utilizada pelas abelhas, visando a expansão dos recursos florais. Para desenvolver a pesquisa realizamos observações nas áreas do Campus, buscando identificar abelhas, colmeias naturais e os recursos florais existentes. A partir disso, realizou-se um mapeamento de locais próximos à mata nativa e flora meliponícola, para implantação de ninhos-iscas. As iscas foram confeccionadas manualmente utilizando garrafas pet, jornal, lona preta e cano PVC. Para avaliar sua eficácia, confeccionamos 60 exemplares, utilizando garrafas pet de 500 ml, 2 e 5 litros. As iscas foram distribuídas em 20 locais do Campus, sendo inserido um modelo de cada tamanho no mesmo local, permitindo examinar a relação entre o tamanho dos ninhos-iscas e sua eficiência, sem interferência da localização. A solução atrativa inserida nas iscas foi preparada com álcool etílico (96%) e materiais recolhidos das colmeias de abelhas-sem-ferrão (cera e própolis). A cada 15 dia realizou-se a verificação e manutenção das iscas. Até o momento, foram identificadas as abelhas Plebeia droryana (Mirim-droriana) e Tetragonisca angustula (Jataí), nas flores Raphanus sativus (nabo forrageiro) e Vicia sativa (ervilhaca); e a espécie Trigona spinipes (Irapuá) nas plantas Rhododendron simsii (azaléia), Dombeya wallichii (astrapéia), Calendula officinalis (calêndula), Tropaeolum majus (capuchinha), Raphanus sativus (nabo forrageiro) e Abutilon pictum (sininho). Além disso, identificamos cinco colmeias naturais da abelha Trigona spinipes (Irapuá). Essas colmeias foram identificadas e sua área protegida. Capturamos um enxame da abelha Tetragonisca angustula (Jataí) na isca confeccionada com uma garrafa pet de 2 litros. O enxame capturado foi inserido em uma caixa de manejo e posicionado no meliponário científico educativo do Campus. Até o momento, não foi possível determinar a eficácia das diferentes iscas confeccionadas. Diante dos resultados apresentados, determinamos a existência de diferentes espécies de abelhas nativas habitando nosso Campus e explorando seus recursos florais. Apesar das crescentes ameaças às abelhas, projetos como esse reforçam a importância da realização de estudos na área, contribuindo para a conscientização, preservação e manutenção da biodiversidade da região.