Portal de Eventos do IFRS, 9º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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Escolha o apocalipse: problematizando a ciência a partir da ficção científica
Lucas Paulo Magalhães dos Santos, Iury De Almeida Accordi, Andreia Ambrósio Accordi

Última alteração: 28-12-2024

Resumo


A ficção científica, enquanto forma midiática, oferece uma plataforma didática que pode facilitar a aproximação entre o conhecimento científico e o popular. Propõe-se analisar e classificar conteúdos de ficção científica, utilizando teorias científicas para identificar tipologias de cenários apocalípticos apresentados em filmes e séries populares. Objetiva-se discutir temas científicos no contexto educacional, utilizando narrativas apocalípticas presentes na ficção científica. Fundamentado em teorias científicas, o projeto analisa como a cultura popular aborda temáticas apocalípticas, refletindo sobre as possibilidades de extinção da humanidade, da Terra ou do universo em seu conjunto. A pesquisa qualitativa inclui pesquisas bibliográficas, documentais e a utilização de inteligências artificiais como ferramentas para otimização dos processos de análise. Realizou-se uma análise de conteúdos midiáticos relacionados à ficção científica, visando identificar e classificar diferentes graus e tipologias de apocalipses. Utilizou-se como base o livro "Escolha a catástrofe", de Isaac Asimov, que apresenta cinco graus de catástrofes (tratados aqui como apocalipses): 1º grau, o universo se torna letal para qualquer forma de vida; 2º grau, alterações no Sol tornam o sistema solar inabitável; 3º grau, a Terra enfrenta convulsões que inviabilizam a vida; 4º grau, resulta na destruição da vida humana; e 5º grau, mantém a vida humana, mas provoca o colapso da civilização e um retrocesso tecnológico. No total, foram analisadas 94 obras, classificadas entre filmes e séries, de acordo com seu grau de apocalipse, tipologias e vetores do evento apocalíptico, bem como a cronologia dos eventos nas narrativas. Observou-se que as tipologias de apocalipses mais frequentemente representadas na ficção são os apocalipses biológicos, climáticos e alienígenas, nesta ordem. Nos apocalipses biológicos (incluindo apocalipses zumbis), os principais vetores identificados foram os vírus; nos apocalipses climáticos, o aquecimento global; e nos apocalipses alienígenas, as invasões extraterrestres. As obras foram classificadas segundo os graus estabelecidos por Asimov, sendo o 5º grau o mais prevalente entre todas as analisadas. Entre os temas científicos explorados nas obras analisadas, destacam-se:  climatologia e mudança climática; sobrevivência em condições extremas; dinâmica de classe e sociedade; revoluções e conflitos sociais; correntes oceânicas; epidemiologia e contágio; comportamento de enxames e propagação de doenças. Cronologicamente, 53,14% das obras contam histórias que ocorreram ocorridas durante o apocalipse, 29,78% ocorreram após e 5,31% são pré-apocalípticas, sendo 11,77% restantes, ocorridas em mais de um período. O projeto investigou a relevância da ficção científica como ferramenta para o pensamento científico, através da análise de obras midiáticas e suas bases científicas reais, buscando utilizar essas narrativas como instrumentos pedagógicos que promovam a conscientização acerca de possíveis cenários futuros. Além disso, a interdisciplinaridade do projeto reforçou o debate acadêmico sobre a relação entre cultura popular e ciência, enfatizando a importância da conscientização por meio de ações preventivas.

Palavras-chave


Educação científica, interdisciplinaridade, cultura popular

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