A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) foi formalmente instituída no Congresso Nacional em 2003. De acordo com seu estatuto de criação, o objetivo era assegurar legalmente os direitos do povo cristão. No Brasil atual, observa-se uma crescente atividade política dos pentecostais, que acabam influenciando nas decisões legislativas e governamentais. A pesquisa objetiva investigar a  composição e atuação da FPE, a partir da análise do perfil dos parlamentares membros, suas filiações partidárias, denominações religiosas e suas proposições. A metodologia inclui revisão bibliográfica, o acompanhamento do perfil da FPE na rede social Instagram, além da investigação nos sites do Congresso Nacional e do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). Os resultados mostram que os integrantes da FPE pertencem a diversas denominações evangélicas, incluindo igrejas pentecostais, neopentecostais e outras correntes do protestantismo brasileiro. Em 2003, a FPE era composta por 71 parlamentares. Após as eleições de 2022, o DIAP publicou um estudo dos eleitos indicando 150 parlamentares evangélicos. No entanto, em maio de 2023, o site do Congresso Nacional publicou a relação de membros da FPE com 238 integrantes. Ao analisar essa, percebemos que muitos desses parlamentares não são evangélicos, mas compõem oficialmente a FPE. Assim, compreendemos porque a denominação religiosa de 184 membros não foi identificada. Dentre aqueles que conseguimos identificar o pertencimento religioso, 24 pertencem à Igreja Assembleia de Deus e 13 pertencem à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Com relação aos partidos políticos, identificamos, na lista do Congresso Nacional, 81  filiados ao Partido Liberal (PL) e 46 (19%) do Partido Republicanos. Ambos são partidos do espectro político de direita, e juntos compõem a maioria (59%) dos 214 membros filiados a partidos de direita. Os parlamentares filiados a partidos de esquerda, por sua vez, representam cerca de 10% dos membros. A Frente Parlamentar Evangélica têm se dedicado a propor legislações em defesa da ética, da vida humana e da família tradicional, e, ao combate das propostas de descriminalização do aborto, união homoafetiva e pesquisa com células-tronco. Entre os projetos de lei exibidos por eles na rede social Instagram, está o PL 2630/20, conhecido como Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, cujo principal objetivo é combater a disseminação de informações falsas nas redes sociais. No entanto, o projeto tem sido rejeitado pela FPE, com o argumento de prejuízo à liberdade religiosa. A Frente também manifestou oposição à descriminalização do porte de drogas, expressando descontentamento com o julgamento, sob o argumento de defesa da família e do combate ao uso de qualquer tipo de entorpecente. Esta pesquisa permite observar a intersecção entre religião e política no cenário brasileiro, destacando a importância do estudo, que aborda questões contemporâneas relacionadas à presença dos pentecostais na política do Brasil.