Última alteração: 28-12-2024
Resumo
O mirtilo (Vaccinium spp.) pertence ao grupo de pequenos frutos, destacando-se pela alta presença de compostos antioxidantes. Trata-se de uma frutífera arbustiva com grande potencial adaptativo na região Sul do país, que, por carecer de conhecimentos a respeito do seu cultivo, é pouco difundida comercialmente. A disponibilidade de mudas de qualidade é um dos fatores que dificulta o cultivo do mirtilo, principalmente devido ao fato que: i) assexuadamente, as estacas apresentam crescimento inicial lento, baixo índice de sobrevivência e enraizamento; ii) sexuadamente, as sementes apresentam tamanho diminuto e índices germinativos baixos. Neste cenário, a propagação in vitro possibilita, em curto espaço de tempo, produzir de forma massal, plantas sadias e com alta qualidade, sendo uma excelente opção para originar uma grande quantidade de mudas com características desejáveis. Assim, este trabalho busca propagar a cultura do mirtilo, de forma vegetativa por meio da micropropagação, visando produzir mudas de qualidade, com bom desenvolvimento em pouco tempo. Para esse estudo, foi necessário a implantação de um Laboratório de Propagação Vegetal no IFRS Campus Ibirubá, criando um ambiente restrito, com condições de iluminação e temperatura controlada para as plantas se desenvolverem, a fim de tornar possível a prática de micropropagação. Será avaliado o efeito de meios de cultura (concentração de reguladores de crescimento como auxinas e citocininas) sobre a propagação de explantes dos cultivares Bluegem e Clímax, analisando o desempenho dos explantes durante a fase de multiplicação sob diferentes doses de citocinina 6-Benzilaminopurina (BAP): 0; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0 mg.L-1, hormônio essencial para a quebra da dominância apical e indução de gemas axilares. O delineamento experimental utilizado será o inteiramente casualizado, organizados em um esquema fatorial 2x5 (2 cultivares x 5 concentrações), com 10 tratamentos e 8 repetições, totalizando 80 unidades experimentais. Serão avaliados porcentagem de sobrevivência (coloração dos explantes), número de gemas, número de folhas, número de brotações e porcentagem de formação de calos, a cada sete dias, além do comprimento médio dos explantes aos 60 dias. Os dados coletados serão submetidos a análise de variância pelo Teste F e análise de regressão. As médias dos tratamentos serão comparadas estatisticamente pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade de erro. Com isso, o IFRS Campus Ibirubá contará com a possibilidade de realizar cultura de tecidos, em especial a micropropagação, disponível em poucas instituições de ensino, mas que possui grande importância no âmbito da propagação vegetal de plantas e produção de mudas. Além disso, será possível obter mudas de espécies de difícil propagação, e disponibilizá-las para estudos e comunidade interna e externa. Esse projeto é uma forma de incentivo, especialmente, aos produtores rurais da região do Alto Jacuí, interessados em cultivar esta frutífera altamente rentável.