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Prevalência e impacto da sífilis adquirida e congênita em Pelotas e Rio Grande: uma análise epidemiológica e propostas para melhoria das políticas de saúde pública
Rafaela Prietsch dos Santos, Carla Luciane Dos Santos Borges, Jaqueline Do Espírito Santo Costa

Última alteração: 28-12-2024

Resumo


A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que representa um desafio significativo para a saúde pública, afetando populações de maneira desigual. Este estudo analisa a prevalência e os estágios da sífilis durante a gestação, bem como a sífilis adquirida e congênita, nas cidades de Pelotas e Rio Grande, destacando a necessidade de intervenções mais eficazes. O objetivo é analisar a prevalência da sífilis em suas diferentes fases e compreender os fatores que influenciam as variações nos estágios da infecção. Também busca-se avaliar a eficiência das estratégias de diagnóstico e tratamento, identificando lacunas e oportunidades de melhoria. Um pré-natal de qualidade, com rastreamento ativo de infecções como a sífilis, é essencial para a saúde da gestante e do feto. A triagem para sífilis deve ser realizada no primeiro trimestre da gestação, com um novo exame no terceiro trimestre, especialmente em populações de risco, como gestantes com histórico de sífilis ou com parceiros infectados. Essa abordagem é crucial para a identificação precoce da infecção, permitindo intervenções que podem prevenir complicações graves. O estudo revela que, em Pelotas, houve um aumento acentuado de infecções no terceiro trimestre gestacional, com 446 casos registrados, comparados a 168 no primeiro e 219 no segundo trimestre. Esse padrão sugere falhas nas estratégias de triagem, indicando que muitas gestantes podem estar perdendo oportunidades de diagnóstico e tratamento adequados. Melhorias nas estratégias de acompanhamento pré-natal são urgentes, com ênfase na educação sobre a importância de exames regulares. O diagnóstico tardio da sífilis, especialmente no 3º trimestre, é preocupante, pondendo limitar a produtividade do tratamento. A falta de diagnóstico precoce pode resultar em sífilis congênita, natimortos e abortos espontâneos. Assim, a detecção precoce e o tratamento oportuno são fundamentais para reduzir a morbidade e mortalidade materna e neonatal. Os dados revelaram um aumento nas taxas de detecção da sífilis, com Pelotas apresentando 271,1 casos por 100.000 habitantes e Rio Grande 199,1 casos. A predominância de sífilis latente em Pelotas, contrastando com a maior proporção de sífilis primária em Rio Grande, sugere diferenças nas abordagens de diagnóstico. A incidência de sífilis congênita foi alta, com 5,4 e 6,1 casos por 1.000 nascidos vivos, respectivamente. O estudo também indicou casos alarmantes de aborto e natimorto associados à sífilis não tratada. Os resultados evidenciam a urgência de fortalecer as estratégias de triagem e tratamento da sífilis em gestantes. Reduzir desigualdades no acesso a serviços de saúde e melhorar a eficácia das campanhas educativas são cruciais para aumentar a cobertura do tratamento e garantir a adesão aos protocolos estabelecidos. Através dos achados deste estudo, podemos potencializar as condições de saúde da população, atuando no combate à sífilis e promovendo a prevenção de suas complicações.



Palavras-chave


Sífilis;Epidemiologia;Saúde Materno-Infantil

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