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O estudo investiga as variáveis associadas com as flutuações das taxas de violência letal no Rio Grande do Sul nas décadas de 1990, 2000 e 2010. A pesquisa é fundamentada na teoria do processo civilizador de Norbert Elias e justifica-se pela necessidade de compreender os fatores que influenciam a criminalidade para subsidiar políticas públicas mais eficazes. O objetivo é analisar a evolução das taxas de homicídio no estado, relacionando-as causalmente com fatores sociodemográficos e econômicos como educação, desemprego e desigualdade, a fim de identificar padrões de descivilização e pacificação. A metodologia emprega a compilação de dados secundários do DATASUS e do IBGE, aplicando técnicas de análise multivariada, incluindo regressão múltipla e análise fatorial. A revisão da literatura destaca a relação entre criminalidade e fatores como desigualdade de renda, desemprego e urbanização, além da vulnerabilidade de jovens, homens negros e populações de baixa renda. Os resultados da análise fatorial identificaram três fatores principais: educação, desenvolvimento econômico e demografia. O fator educacional mostrou-se inversamente relacionado às taxas de homicídio, indicando que maiores níveis de escolaridade estão associados a menores índices de violência. O fator de desenvolvimento econômico evidenciou que municípios com maior PIB apresentam maiores taxas de homicídio, especialmente quando uma renda per capita média elevada é associada com uma alta desigualdade social, mensurada pelo índice de Gini. O fator demográfico, especialmente a alta proporção de homens jovens, além da urbanização, correlacionou-se positivamente com o aumento da violência. Conclui-se que fatores sociodemográficos e econômicos influenciam significativamente as taxas de homicídio no estado. Embora políticas de segurança pública possam ter contribuído para a recente diminuição da violência, ações isoladas mostram-se insuficientes. É crucial implementar políticas sociais integradas que visem reduzir a desigualdade e melhorar as condições de vida nas regiões mais afetadas. Este trabalho avança na aplicação da teoria do processo civilizador ao contexto regional brasileiro, fornecendo uma base empírica para a formulação de estratégias eficazes de prevenção da violência que adicionem abordagens  preventivas às tradicionais medidas repressivas.

análise multivariada; análise fatorial; taxas de homicídio.