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Este estudo investiga o aumento da violência no Rio Grande do Sul nas décadas de 1990 e 2000 e sua redução a partir de 2017, sob a perspectiva da teoria do processo civilizador de Norbert Elias. Justifica-se pela relevância do tema para a formulação de políticas públicas de prevenção da violência e pela lacuna na literatura sobre a aplicação dessa teoria no contexto gaúcho. O objetivo é identificar padrões de descivilização e pacificação no estado, analisando a relação entre a violência e fatores demográficos e socioeconômicos, como educação, urbanização e desigualdade. A metodologia é quantitativa, utilizando dados secundários do DATASUS e do IBGE. Foram construídas séries temporais das taxas de homicídio e variáveis socioeconômicas para os municípios gaúchos. A análise descritiva foi enriquecida pelo uso de Sistemas de Informação Geográfica (QGIS), permitindo mapear a distribuição espacial da violência e visualizar sua evolução ao longo do tempo. Os resultados parciais mostram uma concentração significativa nos anos recentes de homicídios em áreas urbanas mais desenvolvidas, especialmente na Região Metropolitana de Porto Alegre e no Litoral Norte. Observou-se uma correlação positiva entre a proporção de homens jovens (15-29 anos) e o aumento das taxas de homicídio. Municípios com maiores níveis de pobreza extrema e menor acesso a serviços básicos apresentaram taxas de homicídio mais elevadas. Conclui-se que fatores sociodemográficos influenciam a distribuição da violência no estado. A visualização espacial facilita a identificação de regiões críticas, oferecendo subsídios para políticas públicas direcionadas. Embora medidas de segurança tenham contribuído para a recente queda na violência, a persistência de desigualdades socioeconômicas indica a necessidade de políticas sociais integradas que visem melhorar as condições de vida nas áreas mais afetadas.

distribuição socioespacial; mapas temáticos; análise descritiva.