Última alteração: 28-12-2024
Resumo
A liana Passiflora elegans Mast. (maracujá-de-estalo) é nativa do Brasil e apresenta potencial alimentício e ornamental (frutos, folhas e flores). Algumas plantas possuem atividade antioxidante, inibindo radicais livres em excesso e prevenindo doenças. Este estudo objetivou quantificar compostos fenólicos totais e avaliar a capacidade antioxidante total dos frutos e folhas de P. elegans, por meio da avaliação do sequestro dos radicais livres: 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) e 2,2-azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico − ABTS). Para as análises fitoquímicas, foi utilizada a polpa com sementes (consumo in natura dos frutos), sendo parte da amostra polpa coletada no dia da análise e outra parte congelada por 15 dias. As folhas e o pericarpo dos frutos foram secos, em estufa (40°C; 44h), e triturados em moinho. Os extratos foram preparados em triplicata, com etanol (70%). A capacidade antioxidante foi determinada pelo sequestro dos radicais livres DPPH e ABTS e os resultados expressos em porcentagem de inibição (%). Os flavonoides totais foram quantificados a partir da curva de catequina e os resultados expressos em grama (g) de catequina equivalente (CE), em 100 g de amostra. Os fenóis totais foram determinados pelo método de Folin-Ciocalteau e os resultados expressos em grama de ácido gálico equivalente (AGE), em 100 g de amostra. Considerando os resultados, para ABTS, a inibição foi, em média, de: 59,6 ± 0,001% para polpa congelada e 58,6 ± 0,007% para polpa fresca; 78,32 ± 0,037% para pericarpo; e 59,31 ± 1,4% para folhas. Em relação ao DPPH, a média foi de: 77,78 ± 0,03% em polpa congelada e de 70,73 ± 0,06%, em polpa fresca; 47,94 ± 0,02% no pericarpo; e 85,5 ± 0,4% nas folhas. Em média, os frutos apresentaram para: pericarpo 0,28 g de AGE e 0,055 g de CE; polpa congelada 0,06 g de AGE e 0,02 g de CE; polpa fresca 0,05 g de AGE e 0,015 g de CE. As folhas mostraram, em média, 2,18 g de AGE e 0,78 g de CE. Os resultados mostraram maiores quantidades de compostos fenólicos na polpa in natura de P. elegans que em P. setacea DC. (0,014 g de AGE), P. tenuifila Killip (0,013 g de AGE) e P. edulis Sims (0,034 g de AGE; 0,013g de CE). Entretanto, as folhas de P. elegans apresentaram menores quantidades que P. suberosa L. (4,83 a 29,09 g de AGE) e P. alata Curtis (3,47 g de AGE). Para atividade antioxidante, a polpa in natura mostrou valores maiores que P. edulis (ABTS 17,77%; DPPH 27,93%) e similares a P. ligularis Juss. (ABTS 57,60%; DPPH 59,30%). Nas folhas, os valores encontrados foram maiores que em P. alata (ABTS 7,67 a 17,99%; DPPH 18,44%). Portanto, P. elegans é uma espécie promissora para fins alimentares e medicinais (frutos e folhas).