Última alteração: 27-02-2025
Resumo
Os índices de leitura, no Brasil, vêm sendo prejudicados nos últimos anos, sendo o baixo incentivo à cultura um dos seus principais agentes causadores. Porém, além do item citado, é importante ressaltar o papel que a alta precificação dos livros exerce na dificuldade de aquisição e manutenção desse hábito, transformando ferramentas culturais em elementos de luxo e desencadeando na baixa acessibilidade para a população. Visando tornar a literatura mais acessível para a comunidade interna e externa ao IFRS Campus Canoas, além de, como seu foco, dar visibilidade às autoras mulheres e incentivar a leitura de suas obras, o projeto extensionista “Clube de leitura - mulheres” foi criado. A principal metodologia do projeto se baseia na sua atividade fundamental: os encontros do clube de leitura. Mensalmente, em formato híbrido, os participantes dessa ação se reúnem para conversar sobre o texto ficcional de autoria feminina do mês, tendo como único requisito para a participação a leitura prévia da história. A seleção das narrativas ocorre antes do início das edições, possuindo os seguintes marcadores para as escolhas: diversidade cultural, étnica e histórica. Buscando a maior participação possível, o projeto empresta aos interessados exemplares de cada leitura do mês, sendo essas cópias físicas (por exemplares adquiridos) ou digitais (por meio dos e-readers emprestados pelo projeto indissociável “Núcleo de Línguas e Culturas”). Durante esses encontros, os ouvintes são incentivados a debaterem não somente os aspectos presentes na narrativa; bem como questões envolvendo gênero, raça, classe; mas também acerca da autora, sendo apresentados à uma breve síntese da sua vida e obra. Após o bate-papo sobre o texto, os participantes são convidados a participar de algumas dinâmicas, visando maior compreensão dos temas abordados, sendo elas digitais ou não (questionários, jogos de associação). Saindo do espectro dos encontros, são realizadas reuniões com a equipe a fim de dialogar sobre artigos relevantes ao projeto (envolvendo gênero, clubes de leitura, etc) e também trocas de ideias pré-encontros sobre a obra, buscando maior dominação dos temas presentes. Nesse primeiro ano como projeto independente, já que até 2023 era uma ação do projeto indissociável citado anteriormente, resultados importantes vêm sendo obtidos. O Instagram do projeto (@clmifrscanoas), criado esse ano, já possui mais de cem seguidores, tendo influenciado no aumento de engajamento da conta, resultando em maior visibilidade e público. Além disso, houve o reconhecimento da iniciativa por algumas autoras lidas, como Lilia Guerra (O céu para os bastardos - leitura de setembro) e Ana Luiza Koehler (O beco do rosário - leitura de agosto). Ainda pode ser citada a premiação de destaque na 14a MoExP do Campus Osório e a melhora na argumentação/oratória dos participantes. Em suma, essa iniciativa tem ampliado o acesso à cultura, enriquecendo debates e fortalecendo a valorização da autoria feminina.