Última alteração: 19-12-2024
Resumo
O presente trabalho está vinculado ao projeto de ensino "Geo(grafias) do vivido: práticas de ensino e trajetórias singulares dos alunos do IFRS/Campus Rio Grande", o qual está sendo desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Rio Grande, durante o ano de 2024. O projeto tem por objetivo conectar as vivências cotidianas dos alunos aos conceitos geográficos, promovendo a valorização das realidades locais e fortalecendo o sentimento de pertencimento das classes populares nos cursos integrados do instituto. A justificativa do projeto reside na necessidade de aproximar os conteúdos acadêmicos da vida dos alunos, ampliando a compreensão geográfica em um contexto descolonial, pois visa dar voz às comunidades marginalizadas e ampliar o espaço de aprendizagem para além da sala de aula, incentivando o pertencimento e o êxito dos alunos. A metodologia do projeto envolve a análise das trajetórias dos alunos por meio de registros fotográficos, entrevistas e produções audiovisuais, buscando explorar os conceitos de espaço, território, paisagem e lugar. Tais conceitos são trabalhados a partir das experiências individuais dos alunos, utilizando referenciais teóricos da ciência geográfica para valorizar as realidades locais e construir um conhecimento coletivo que busca valorizar os segmentos populares. Nos resultados parciais, foram analisados 177 trabalhos, dos quais 19 foram aprofundados, revelando como os alunos relacionam criticamente os conceitos geográficos aprendidos em sala de aula com suas vivências e o contexto das comunidades onde vivem. Essa análise permitiu destacar a Geografia como uma ferramenta para conectar saberes populares com o conhecimento acadêmico, mostrando como o espaço escolar pode ser transformado em um local de aprendizado multicultural e inclusivo. As considerações finais indicam a relevância de uma pedagogia que valorize as singularidades dos alunos, permitindo a expressão de suas comunidades e experiências. O projeto conclui que essa abordagem reforça o sentimento de pertencimento e contribui para a construção de uma educação plural e descolonial, fundamental para a permanência e o êxito dos estudantes, especialmente aqueles de classes populares e historicamente marginalizados.