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Metodologias ativas voltadas ao ensino de Biologia: experiências no Jardim sensorial do IFRS − Campus Sertão
Joana Witória Serro Negri, Juliana Marcia Rogalski, Fabiane Rugiski, Mayara De Carli

Última alteração: 19-12-2024

Resumo


No ensino de Biologia raramente ocorrem situações de trabalho de campo, apesar dos estudos indicarem que seu uso pode estimular a aprendizagem e melhorar a compreensão dos processos ecológicos. O objetivo deste estudo foi utilizar o Jardim sensorial como metodologia ativa para promover conhecimentos de Biologia, de forma prática e lúdica. As atividades foram conduzidas no Jardim sensorial, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Sertão, sendo o público-alvo composto por estudantes do 3° ano do ensino médio, com idade entre 16 e 18 anos, dos Cursos Integrados (Técnico em Manutenção e Suporte em Informática e Técnico em Agropecuária), dessa instituição. O Jardim sensorial foi dividido em setores (tato, visão, olfato, paladar e audição), visando estimular os sentidos do corpo humano. Nesse espaço, também foram implantadas: colmeias das abelhas nativas (Tetragonisca angustula Latreille, 1811 (jataí) e Melipona quadrifasciata Lepeleiter, 1836 (mandaçaia); e um hotel para abelhas nativas solitárias. Para verificar melhorarias no aprendizado foi aplicada uma avaliação sobre as temáticas desenvolvidas. Durante a visita ao Jardim sensorial, os estudantes foram convidados a identificar: componentes bióticos (plantas, insetos, pássaros) e abióticos (água, radiação solar, componentes atmosféricos, sais minerais e rochas) no jardim; interações intraespecíficas, como sociedade (colmeias e formigueiro); interações interespecíficas, como polinização; interações dos organismos uns com os outros (comunidade) e destes com o ambiente (ecossistema). Após explorar o jardim, os estudantes participaram de diversas atividades práticas e lúdicas. Na trilha sensorial, os estudantes vendados caminharam sobre diferentes materiais (grama, argila expandida, pedras, cascas de árvores e folhas secas), percebendo diferentes texturas pelo tato dos pés. Na caixa sensorial (tato), os estudantes vendados deveriam identificar somente com as mãos os materiais naturais, com diferentes texturas, dentro da caixa. Na caixa sensorial (olfato e paladar), os estudantes vendados deveriam identificar diferentes plantas somente pelo olfato ou paladar. Na técnica decalque, folhas coletadas no jardim foram transferidas para o papel, com lápis, destacando as formas e nervuras da folha. No jogo de argolas foram desenvolvidas a visão, com uso de cores primárias nas argolas e hastes, e a coordenação motora. No jogo da memória os estudantes deveriam formar pares entre o nome e a imagem das plantas nativas. As atividades criaram um ambiente estimulante para a aprendizagem de Biologia e desenvolvimento dos sentidos, visto que estes utilizam órgãos e receptores específicos para captar informações do ambiente, transmitindo-as ao cérebro para interpretação. Ademais, as atividades em grupo estimularam a socialização, a fala e a participação. Assim, o Jardim sensorial é uma metodologia ativa capaz de desenvolver conteúdos de Biologia, de forma prática e lúdica, promovendo a interação com a natureza, o desenvolvimento dos sentidos e habilidades, e servindo como estratégia criativa para a educação ambiental.


Palavras-chave


Atividades interativas; Conexão com a natureza; Estímulos sensoriais.

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