Tamanho da fonte: 

O projeto Cantokê surgiu no ano de 2022, criado como uma iniciativa de promoção em educação, saúde e lazer para enfrentamento às questões de saúde mental ocasionadas junto à população, impactada pela pandemia, suas perdas e isolamentos sociais, afetivos e individuais. O projeto foi idealizado pela comunidade, a partir da griô Vera Ambrozio, uma artista septuagenária, musicista, natural de família de músicos e desde a infância integrou os eventos da família dentro da cultura do samba e nos eventos da comunidade negra brasileira, moradora da do bairro Restinga, e de sua sobrinha, Karina Souza, que depois tornou-se estudante do curso de Gestão Desportiva e de Lazer do Campus Restinga. A partir da interlocução com a instituição, o projeto teve início e passou a ser ofertado com fomento dos editais do IFRS, colocando a música como ação transformadora e acolhedora de resgate dos melhores sentidos pessoais e coletivos através do canto, do ouvir e das percepções que os participantes vivenciaram, a partir da realização de oficinas de Cantokê com públicos diferenciados a cada edição. Vera Ambrozio conduz a experiência de construir um coletivo musical a cada oficina realizada junto à comunidade do Bairro Restinga, com o auxílio de Joel Moraes, músico decano, ao violão. No ano de 2024, o projeto, em parceria com outro projeto de extensão do campus, o Observatório da Comunidade, realiza oficinas de percussão envolvendo o instrumento tamborim, como forma de incentivar a cultura da música e do samba e os espaços autônomos de produção cultural e musical. As oficinas são ministradas junto a um mesmo grupo pela percussionista e primeira mestra de bateria no país, Alexsandra Amaral, e conta com a participação da comunidade externa a partir da oferta de 20 vagas. A proposta, além de trabalhar o aprendizado instrumental, busca resgatar a história da percussão, bem como trabalhar questões de gênero e raça, geração de renda na área cultural e emancipação. As oficinas ocorrem todas as segundas-feiras, das 10h às 12h, no auditório do IFRS Campus Restinga, entre os meses de setembro a novembro. Dentre as ações que estão planejadas a serem realizadas até o final do ano, pretendemos unir os talentos de Vera Ambrozio, Joel Moraes e os participantes da oficina de percussão em um cenário do samba, para assim, no final, apresentarem na comunidade juntos a construção de suas aprendizagens. Esperamos com as ações do projeto, estimular a cultura musical de forma autônoma e protagonizada pela comunidade, apresentando as potencialidades da música e do samba como ação transformadora.

Comunidade; Música; IFRS Campus Restinga; Restinga.