A leitura literária evidencia-se como uma ação formativa por meio de duas práticas, de forma individual e de forma coletiva. O primeiro processo envolve desde o reconhecimento da língua até a compreensão do que é lido, possibilitado o acesso à cultura letrada e aprimorando seus saberes ao trazer personagens e seus mundos narrados, por vezes tão próximos ou tão distantes de suas vivências. Já o segundo, que se dá no espaço público, oferece a possibilidade de compartilhar e trocar experiências com outros leitores e estabelece laços mais profundos com a leitura. A leitura socializada acontece com uma interação colaborativa, contínua e progressiva, de modo a constituir uma comunidade de leitores sensíveis e críticos, em que a literatura é apropriada como um conhecimento apre(e)ndido por toda a vida. Nos últimos anos, diversas ações têm sido mobilizadas por instituições, governos ou grupos de pessoas que se reúnem com o objetivo de democratizar a literatura por meio do diálogo sobre o que se lê. Essas práticas de incentivo à leitura utilizam estratégias de promoção e organização muito distintas, considerando que são compostas de objetivos, públicos, espaços, periodicidade que se modificam conforme suas finalidades. Ao se conectar com tais ações de fomento, através da leitura e análise de textos teóricos, este projeto de pesquisa realizou um levantamento das características constituintes de cada estratégia de leitura socializada, para produzir um quadro comparativo com suas aproximações e especificidades. As estratégias analisadas foram: leitura compartilhada, clube de leitura, comitê de leitura e círculo de leitura. As leituras conduziram para algumas descobertas desta pesquisa, as quais destacam-se: são atividades interativas, requerem o contato direto da obra com o leitor, todas as estratégias requerem e exigem uma frequência regular, periódica, contínua e progressiva. Mesmo que em diferentes níveis de complexidade, todas as práticas envolvem uma leitura técnica, que revela os mecanismos de construção literária das obras, e uma leitura subjetiva, que privilegia o vínculo da leitura com o leitor. A presença de um mediador de leitura se faz primordial, como um interventor, e não como um controlador da leitura e do grupo. Esses dados foram apurados e adaptados para a produção final da pesquisa, um material informativo em formato de e-book para ser compartilhado com a comunidade. Esta publicação, voltada para mediadores(as) de leitura, apresenta orientações didáticas que podem colaborar no processo de formação de uma comunidade de leitores nos seus respectivos espaços de atuação.