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As variedades crioulas são aquelas adaptadas ao local de cultivo, sem um processo de melhoramento genético tradicional empregado. A maior parte da produção de milho atualmente é de cultivares comerciais, que possuem uma padronização genética visando a maior produtividade. Ainda assim, alguns agricultores possuem o hábito de produzir sementes crioulas, seja pela herança de gerações passadas ou por constatar que essas variedades possuem caracteres desejados. Por isso, considera-se relevante o estudo das condições em que essas sementes crioulas são armazenadas, visto que estão cada vez mais escassas e o armazenamento adequado é fundamental para manter a viabilidade das sementes. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é analisar a viabilidade de sementes crioulas guardadas por agricultores de diferentes locais e safras. Foram utilizadas 4 populações de milho crioulo e 1 híbrido comercial como testemunha. O teste de germinação foi realizado seguindo as diretrizes da RAS 2009 (Regras para Análise de Sementes). Foram colocadas para germinar 400 sementes de cada variedade divididas em 8 repetições de 50 cada em papel Germitest umedecido com água destilada, sendo fechadas em rolos, colocadas em béqueres e acondicionadas em uma B.O.D com temperatura de 23°C e fotoperíodo de 12 horas. A primeira contagem foi realizada aos 4 dias contabilizando plântulas germinadas e não germinadas; aos 7 dias foi realizada a contagem final avaliando plântulas normais, anormais e não germinadas. Além do teste de germinação, também será realizada a extração do DNA para futura análise da variabilidade genética das sementes coletadas. As landraces coletadas, o local e safra, foram as seguintes: 8 carreiras (Sertão/RS, 2023/24), índio (15 de novembro/RS 2023/24), bandeirantes (Porto Alegre/RS 2023/24), asteka (15 de novembro/RS 2023/24) e como testemunha o híbrido FS587VIP3 (Sertão/RS, 2023/24). Na primeira contagem as variedades crioulas 8 carreiras, índio,  bandeirantes e asteka apresentaram, respectivamente,  percentual de germinação de 91,1%, 88%,  91% e 91% enquanto o milho híbrido apresentou porcentagem de apenas 81%. Já na contagem final foram contabilizadas na variedade 8 carreiras 62% plântulas normais (N), 32,5% anormais (A) e 5,5% não germinadas (NG); índio: 69% N, 22% A e 9% NG; bandeirantes 63% N, 28% A e 9% NG; asteka 70%N, 25% A e 5% NG; híbrido: 35% N, 47% A e 18% NG. Através dos testes realizados foi possível verificar que as variedades crioulas possuem uma alta taxa de germinação. Dessa forma, observa-se que dentre os agricultores que possuíam as sementes que foram coletadas, todos souberam armazenar as sementes de forma correta, garantindo a viabilidade para a próxima safra.

Zea mays; Landraces; Recursos genéticos.