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Matemática para quem? desafios e perspectivas na participação feminina em ciências exatas e matemática na educação básica
Última alteração: 27-12-2024
Resumo
Sabemos da histórica desigualdade estereotípica de gênero, enraizada na sociedade, em que mulheres exercem o papel doméstico, do cuidado, e nunca o de protagonistas do desenvolvimento do mundo. No ambiente acadêmico das exatas, por muitas vezes, as mulheres são subestimadas e menosprezadas, ditas incapazes de executar uma função "masculina", não recebendo o devido reconhecimento puramente pelo seu gênero. Esse comportamento é responsável por perpetuar a discriminação e a disparidade, tornando o seu debate de suma importância, visando o bem estar social. Portanto, a proposta visa criar um espaço de discussão, em que meninas e mulheres possam compartilhar suas experiências e ideias, a fim de dissecarmos, entendermos e combatermos esse fenômeno. Esta pesquisa tem como objetivo compreender a relação das meninas na Educação Básica com a ciência, sobretudo em relação à disciplina de Matemática. A abordagem é qualitativa, sendo um estudo exploratório, e a metodologia foi um estudo de caso no IFRS campus Osório. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica, e procedeu-se à coleta de dados através de formulário eletrônico. Responderam ao questionário 39 estudantes, com idades entre 15 e 19 anos, dos cursos de EMI Administração e EMI Informática, sendo 33 do sexo feminino. Como resultados verificou-se que um terço declarou não gostar de Matemática, e para alguns (5) essa relação depende do conteúdo e do professor. As palavras mais citadas para representar os sentimentos em relação à matemática foram confusão, complexidade, tristeza e ansiedade, e 17 estudantes disseram se sentir constrangidos ao perguntar sobre o conteúdo em aula quando têm alguma dúvida. Percebe-se, pelos resultados, que a Matemática é uma disciplina em que os/as estudantes se sentem inseguros e com receio. Verifica-se que as meninas relatam experiências piores em relação à Matemática, e constata-se que o professor tem papel importante na relação do/da estudante com a disciplina. Em continuidade ao estudo será desenvolvido um grupo focal com as estudantes, a fim de levantar mais dados e possibilitar uma análise mais detalhada. Tais dados poderão servir de subsídios para implementar ações futuras que visem despertar o interesse das meninas pela matemática, e pelas ciências exatas de forma geral.
Palavras-chave
Educação STEM; Ensino de Matemática; Equidade de Gênero.
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