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Escravidão e tráfico de africanos através dos registros de batismo (Rio Grande do Sul, 1780-1850): resultados parciais
Sthefany Lavinia Mello Costa, Marcelo Santos Matheus

Última alteração: 27-12-2024

Resumo


Esta pesquisa se propõe a investigar quantos escravos africanos foram levados às piasbatismais nas diferentes capelas do Rio Grande do Sul entre 1780 e 1850, verificando arepresentatividade de tal fonte para a análise do próprio tráfico de africanos para o sul daAmérica portuguesa e, depois, para o sul do Império do Brasil. Como está sendo possívelperceber, ela foi muito expressiva, o que está possibilitando a realização de uma cartografia, apartir dos registros de batismo, dos africanos que viveram e trabalharam no RS no colonialtardio e, principalmente, na primeira metade do século XIX. Para sua execução, asinformações contidas nos batismos serão armazenas em um banco de dados construído apartir de uma tabela do Excel for Windows. Estas informações foram divididas em diferentescategorias analíticas: o ano do batismo, a localidade, se o batizando é africano ou nascido noBrasil, a nação e/ou o grupo de procedência (no caso dos africanos) e, finalmente, o nome dosenhor. A quantificação destes aspectos possibilitará a apreensão das principais “tendências”e/ou padrões dos batismos de escravos no Rio Grande do Sul. Nesta comunicaçãopretendemos enfatizar os resultados parciais alcançados 4 . Até o presente momento já foramfichados quase 39 mil registros de batismos, sendo que quase 17% do total são batismos deafricanos. Dentre estes, a maior parte são de escravizados da África Central (Congo,Benguela, Cabinda, Angola, etc.), ou seja, do tronco linguístico bantu, embora arepresentatividade dos africanos ocidentais (em especial os Mina) seja significativa também.Nesse sentido, a partir destes resultados, será possível conhecer de maneira mais refinada opassado dos africanos escravizados que foram comercializados para o Rio Grande do Sul,identificando de qual região do continente africano e de que cultura/sociedade os mesmosvieram. Assim, será possível entender as formas de resistência, as relações sociais produzidas,dentre outros aspectos da vida dos africanos no sul do Brasil, bem como questionar aconstrução da memória construída sobre a formação social e econômica do Rio Grande doSul.

Palavras-chave


Escravidão. Tráfico de africanos. Registros de batismo.

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