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O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade (NEPGS) do câmpus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) é um setor propositivo que busca promover a igualdade de gênero e diversidade sexual no ambiente acadêmico através da formulação de políticas, programas e ações voltadas para essas questões. Como meio de fomentar a conscientização e institucionalizar tais ações, o Núcleo estabeleceu um calendário de ações afirmativas com datas importantes, como o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março. Essa data é de grande importância para a luta feminista, principalmente no contexto do câmpus, onde ainda predomina o machismo. Esse cenário reforça a necessidade de iniciativas que questionem e combatam essas desigualdades estruturais. Isto posto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar os desafios enfrentados por meninas e mulheres do câmpus Rio Grande, a partir de suas posições discursivas no que tange à desigualdade de gênero, analisando o que elas já deixaram de fazer baseado no gênero. A coleta de dados foi realizada durante as atividades desenvolvidas no dia 8 de março, a partir de um cartaz interativo, disposto no pavilhão central do câmpus, que indagava “O que você já deixou de fazer por ser mulher?”. Os sujeitos da pesquisa são alunas, docentes e servidoras, que participaram de forma voluntária e anônima ao escreverem suas respostas no instrumento. As afirmações registradas no mural foram categorizadas de acordo com temas recorrentes, como desistências relacionadas ao ambiente escolar, social ou familiar. Como resultado, a ação proporcionou uma visão mais ampla das vivências das mulheres no contexto acadêmico, revelando as interseções entre gênero, educação e relações sociais no ambiente escolar. O mural, que obteve 40 respostas, gerou dados significativos para a análise das experiências de mulheres e meninas em diversos aspectos de suas vidas. As respostas foram separadas em diferentes categorias, a saber: (i) vestimenta e autoestima, com dez respostas; (ii) medo de locomoção e presença em ambientes, com doze respostas; e (iii) privação de gostos, falas e ações, com dezoito respostas, das quais nove podem ser diretamente ligadas ao ambiente acadêmico. Com isso, percebe-se que diversos temas foram abordados, e que os desafios se encontram em múltiplos âmbitos sociais e acadêmicos dessas mulheres. Estes resultados sublinham a importância de ações contínuas que promovam a igualdade de gênero efetiva no ambiente escolar e profissional. Para além da conscientização, é fundamental que essas iniciativas resultem em políticas efetivas de inclusão e respeito, transformando a realidade acadêmica e social das mulheres no IFRS e em outros espaços.

Gênero; Empoderamento feminino; Ações Afirmativas.