O presente trabalho propõe a ampliação da discussão sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira e a educação para as relações étnico-raciais (ERER) no campo da educação física escolar (EFE) (Corsino e Conceição, 2016). O objetivo é compreender e analisar um princípio emergente na investigação em EFE que tenha o antirracismo como lócus de análise na perspectiva da justiça social. O princípio corresponde aos temas e conteúdos usualmente abordados nas aulas de educação física como objetos de investigação. A presente pesquisa foi desenvolvida através de uma revisão sistemática de literatura, que é um processo de levantamento bibliográfico organizado em etapas específicas, como a definição dos descritores, a busca na base de dados, a exclusão dos trabalhos duplicados, leitura dos resumos para identificar os trabalhos que não contemplam o tema escolhido e finalmente a classificação dos temas. Trata-se de um procedimento metodológico que apresenta considerável rigor acadêmico e para o qual a transparência dos critérios de escolha e exclusão dos dados são determinantes para que o trabalho seja considerado como produção científica (Ramos, Faria e Faria, 2014). Após o processo de exclusão das teses e dissertações duplicadas as quais não contemplaram o objeto de investigação, tivemos 16 trabalhos que permeiam o tema. Os resultados indicam que as danças, a capoeira e os jogos/brincadeiras são as manifestações da cultura corporal de movimento mais utilizadas para a implementação do ensino de história e cultura afro-brasileira na EFE e o esporte, mais precisamente o futebol e o basquetebol são os temas mais abordados para a implementação da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) na EFE. As investigações revelam que a EFE antirracista têm se constituído na abordagem dos esportes, dos jogos/brincadeiras e das danças e por isso há de se desenvolver um olhar para a ginástica e a luta enquanto manifestações da cultura corporal de movimento e sua relação com as culturas africanas. Torna-se importante o questionamento sobre os motivos pelos quais estes temas não são ou são menos abordados. Ao mesmo tempo, é preciso aprofundar a compreensão sobre como o esporte, a dança e o jogo/brincadeira tem contribuído para a constituição de uma EFE antirracista, sem desconsiderar a conexão entre os marcadores sociais da diferença (Auad e Corsino, 2018) em suas dimensões sociais, políticas e culturais.