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A ascensão evangélica na política brasileira: um estudo da frente parlamentar evangélica e suas Implicações desde as eleições federais de 2018 até 2022
Laíse Pedroso, Janine Trevisan

Última alteração: 22-12-2023

Resumo


O cenário político brasileiro passou por mudanças significativas nos últimos anos, muitas das quais refletem mudanças na composição e na dinâmica do Congresso Nacional. Uma mudança notável foi o aumento da representação das igrejas evangélicas na política, um desempenho que atraiu a atenção de acadêmicos, analistas políticos e da sociedade em geral. No centro dessa influência crescente está a Frente Parlamentar Evangélica, um grupo de parlamentares comprometidos em representar os interesses e valores das igrejas evangélicas do Brasil. Nesta pesquisa, o principal objetivo foi analisar a representação das tendências evangélicas na política brasileira, com foco na FPE e nas principais igrejas atuantes no campo político desde as eleições federais de 2018 até 2022. Esta pesquisa é de extrema relevância, pois contribui  uma compreensão mais específica das mudanças políticas no Brasil, relacionadas ao aumento da influência das igrejas evangélicas, além de destacar a importância da Frente Parlamentar Evangélica como um ator-chave na política nacional, oferecendo uma visão detalhada das principais denominações religiosas frequentadas por seus membros, incluindo a ocupação de cargos religiosos ou de liderança nas igrejas. Além disso, também analisou as implicações do aumento da representação das igrejas evangélicas na política, abordando questões cruciais relacionadas à laicidade do país e ao equilíbrio de poder no sistema político brasileiro, destacando a influência do grupo nas decisões legislativas, redefinindo a dinâmica política e levantando questões importantes quanto à nação. Alguns dos resultados observados foram a quantidade de componentes da FPE que permaneceram na Frente desde 2018 a 2022, sendo em sua maioria membros da Igreja Pentencostal Assembleia de Deus, e, em segundo lugar, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). De acordo com uma pesquisa realizada pelo DIAP, na composição da FPE de 1995-1999 a 2009, haviam 5 deputados e nenhum senador. No ano de 2022, contava com 72 deputados e 12 senadores. Desses 84 políticos, 14 são pastores e 1 é bispo, mas apenas 4 utilizam o uso da palavra “Pastor” no nome da campanha, possibilitando que haja uma visibilidade maior com o público cristão. A julgar pelos dados recolhidos, é possível perceber a maneira como a ascensão da igreja evangélica pentecostal na política brasileira tem ganhado mais espaço, nos fazendo compreender como essa representação crescente interfere na política e na sociedade brasileira, tendo em vista que as principais pautas comentadas pelo grupo estão baseadas nos direitos da comunidade LGBTQIAP+, casamento e adoção de casais homoafetivos, e oposição a temas como a descriminalização do aborto e do porte de drogas, permitindo que haja um debate mais aprofundado a respeito do assunto da religião inserida na política.

Palavras-chave


Frente Parlamentar Evangélica; Representação política; Laicidade e equilíbrio de poder;

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