Última alteração: 21-02-2024
Resumo
Grande parte das instituições públicas de ensino estão sob normativas que consideram o livro como material permanente, parte do patrimônio da instituição e que, por isso, não poderiam ser objetos de empréstimo e circulação junto à comunidade externa. Em um país como o Brasil, onde o livro é um produto de valor inacessível para a grande maioria da população, a iniciativa das bibliotecas comunitárias vem na contramão deste sistema que reserva a poucos o acesso ao livro, à leitura, à literatura e à escrita.
Ao propormos um projeto de uma Biblioteca Comunitária, dentro do IFRS Campus Alvorada, a partir de uma ação de extensão, estamos propondo também uma outra forma de propiciar acesso e difundir o livro, a leitura, a literatura e a escrita em uma região de alta vulnerabilidade social negligenciada pelo poder público em todas as esferas de poder. Buscamos assim outras formas de vínculo com a comunidade, ampliando o enraizamento comunitário e promovendo a leitura como direito humano, porta de acesso para outros direitos fundamentais.
Já neste início de projeto, pudemos observar um interesse significativo da comunidade para com a leitura literária, e também com as atividades propostas pelo projeto até o momento. Entre empréstimos de livros, mediações de leitura, oficinas para produção de Diários de Memórias, rodas de Slam, ações culturais junto a outros projetos de pesquisa e extensão do campus Alvorada, estamos ampliando a visibilidade institucional, atingindo as comunidades próximas ao campus e também em outras regiões do município de Alvorada e também em Porto Alegre.
A decisão de tornar os livros acessíveis à comunidade externa vai além das normativas burocráticas, que consideram os livros como parte do patrimônio institucional acessível somente à comunidade interna. Ela reflete um compromisso com a missão de formar não apenas estudantes, mas também contribuir para o desenvolvimento da comunidade em que está inserida.