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Meninas High-Tech: construindo pontes para a equidade de gênero
Última alteração: 20-02-2024
Resumo
A sub-representação feminina nas áreas de ciência e tecnologia é uma realidade global. Dessa forma, as meninas que decidem ingressar nesse âmbito possuem suas trajetórias marcadas pela ausência de pares, falta de representatividade, discriminação e estereótipos de gênero. Dentro do curso técnico em informática integrado ao ensino médio do IFRS - Campus Feliz, o cenário não é diferente: as meninas são minoria e enfrentam barreiras em relação ao gênero em sua escolha de formação profissional. Foi a partir dos relatos das estudantes que identificou-se a necessidade de ações acerca das questões de gênero na comunidade do Vale do Caí. O Meninas High-Tech surge então como meio de promover ações que ampliem o ingresso, a permanência e o êxito de meninas na área da tecnologia a partir do resgate das contribuições femininas no âmbito científico, da discussão de temas como a desigualdade de gênero na área e da construção de ambientes acolhedores para elas. As ações do projeto baseiam-se em três eixos principais: desenvolvimento de competências em ciência e tecnologia para meninas; formação docente para atuação antissexista; combate aos estereótipos, discriminações e violências de gênero. As atividades desenvolvidas são estabelecidas e elaboradas através do contato com escolas e secretarias de educação, buscando compreender as demandas específicas de cada espaço. A partir disso, o projeto realizou uma série de oficinas com diferentes públicos da comunidade, tais como "Caminhada dos Estereótipos de Gênero: redescobrindo mulheres na Ciência e na Tecnologia", com estudantes de 9º ano de uma escola municipal de Tupandi; “Combate às Fake News”, com idosos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vìnculos do CRAS da cidade de Feliz; "Trajetórias Profissionais e Estereótipos de Gênero", com estudantes do 3º ano do ensino médio de uma escola estadual de São Sebastião do Caí; "Dicas Antissexistas e Mulheres na Ciência", com docentes participantes do I Seminário Gaúcho de Educação Inclusiva. Além disso, também foram desenvolvidas ações internas, como palestras, oficinas e a criação da plataforma Transistoras, um espaço no Moodle dedicado à troca de experiências e aprendizagens de alunas do curso técnico em informática do IFRS - Campus Feliz. Os resultados e metodologias utilizadas nas ações são avaliadas através de formulários de avaliação respondidos pelos participantes. O projeto continua aberto às escolas para o desenvolvimento de novas ações. O Meninas High-Tech vem, ao longo dos anos, consolidando-se como importante ponte de diálogo acerca das questões de gênero entre o IFRS e a comunidade externa ao campus Feliz. Através das ações, muitas meninas vêm tendo um contato acolhedor com as áreas de tecnologia ainda no ensino fundamental, o que pode ser decisivo para que elas considerem a área como uma possibilidade profissional de sucesso.
Palavras-chave
Gênero; Equidade; Tecnologia
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