Última alteração: 16-12-2023
Resumo
A presença de fungos nas culturas de interesse agrícola é comum, o que os diferencia é seu poder patogênico e/ou benéfico para as plantas em cultivo. Atualmente muitas espécies causam grandes estragos nas áreas de produção das commodities. O estudo acerca da patogenicidade desses grupos colabora com a comunidade envolvida na área da Fitopatologia, dando-lhes capacidade de identificar e controlar doenças no campo. O objetivo deste trabalho é recolher e organizar coleções de fungos patogênicos e benéficos, coletados no município de Sertão-RS, trazendo a possibilidade de contemplar a teoria da sala de aula com a prática do campo. A correta identificação da espécie dos fungos e organização de coleções didáticas - através da coleta, isolamento, identificação e conservação em meio de cultura, resinas epóxi, glicerina pura ou o próprio hospedeiro vivo - permite aos estudantes das disciplinas de Microbiologia Agrícola, Fitopatologia e Controle de Doenças, do curso de Agronomia e na disciplina de Defesa Sanitária Vegetal (DSV), dos Cursos Técnico em Agropecuária Integrado e Subsequente ao Ensino Médio, ofertados pelo IFRS Campus Sertão, visualizar as estruturas fúngicas, sintomas e sinais deixados na planta, a fim de calibrar sua capacidade de identificar doenças nas culturas agrícolas. As culturas de fungos, após passarem por todos os procedimentos até sua consolidação no meio de cultura para conservação são armazenadas em BOD com temperatura controlada, a fim de manter por maior tempo sua atividade biológica. Além disso, foram confeccionadas resinas epóxi e glicerina pura com partes das plantas infectadas para a preservação dos sinais e sintomas no hospedeiro. Esses estão identificados com etiquetas e expostos em uma bancada no Laboratório de Fitopatologia do Campus Sertão. Embora o projeto tenha iniciado recentemente, o material didático já foi utilizado nas aulas. Alguns exemplos de fungos visualizados, com ou sem microscópio, foram mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), carvão da aveia (Ustilago avenae), giberela em trigo (Gibberella zeae), ferrugem da folha da aveia (Puccinia coronata f. sp. avenae), além dos fungos benéficos como Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea, Trichoderma sp. Além disso, o ergot em panícula do azevém (Claviceps purpurea) foi encontrado em grande quantidade e ele preocupa, pois apresenta alta concentração de alcalóides tóxicos e, se consumido por animais ou pelo homem, pode causar envenenamento. O material foi resinado e serve de conhecimento e alerta principalmente para os alunos que têm contato com a agricultura. A execução do projeto é muito importante para o conhecimento da identificação de fungos causadores de doenças e os benéficos usados no controle biológico, não somente aos executores do mesmo, mas, também, aos estudantes que terão a oportunidade de ter contato com o material desenvolvido durante as aulas práticas, contribuindo de forma positiva para a formação acadêmica dos estudantes.